O que se viu na terça-feira na votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias foi apenas o primeiro confronto entre a oposição e o governo de José Ivo Sartori. Os ânimos devem se acirrar no segundo semestre, quando serão votados projetos bem mais polêmicos. Com as galerias lotadas, os deputados adversários se revezaram na tribuna para condenar o congelamento de salários, previsto na LDO, e incitar os servidores públicos à greve.
Os deputados do PT, do PC do B, do PSOL e do PTB tentaram até a última hora retirar do projeto a previsão de uma correção de 3% para a folha de pagamento, índice que cobre apenas o crescimento vegetativo. Não contempla sequer o pagamento dos reajustes parcelados até 2018, aprovados no governo anterior para os servidores da área da segurança.
Projeto da LDO é aprovado na íntegra na Assembleia Legislativa
Questionado no programa Gaúcha Atualidade sobre o pagamento desses reajustes, o secretário do Planejamento, Cristiano Tatsch, desconversou. Garantiu apenas que está assegurado o pagamento da próxima parcela, que entra em vigor em novembro.
Nos bastidores, está em discussão a possibilidade de propor à Assembleia um projeto postergando em dois anos o pagamento das parcelas restantes do reajuste da segurança. O adiamento só será possível se a Assembleia aprovar essa hipótese. Do contrário, cria-se um passivo como o da Lei Britto, aumento suspenso sem a aprovação de uma lei.
Governo estadual vê risco de rombo no orçamento dobrar em julho
Os deputados da base governista, convém lembrar, votaram a favor de todos os aumentos propostos pelo governo Tarso Genro, mesmo sabendo que não havia dinheiro para pagar. Para não ficar mal com os servidores, aprovaram projetos que hoje consideram irresponsabilidade fiscal. Em outras palavras, foram populistas.
Os deputados de oposição se comportam como se o governo passado tivesse saneado as finanças. Esquecem que Tarso só conseguiu pagar salários em dia porque usou quase R$ 6 bilhões dos depósitos judiciais, repassou para o custeio dinheiro de financiamentos obtidos para investimento e deixou contas para o sucessor pagar.
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Rosane de Oliveira
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