Governo do Acre descumpre acordo informal e envia ônibus com imigrantes para o Sul

O governo do Acre descumpriu o acordo informal firmado com o Ministério da Justiça e enviou pelo menos um ônibus com haitianos e senegaleses para o Sul do país na noite da última quinta-feira. A informação foi confirmada pela Defensoria Pública da União no Estado, que conferiu a situação no abrigo em Rio Branco depois que a imprensa divulgou as incertezas sobre a suspensão por tempo indeterminado das viagens em todo o país. 

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Em contato com o Diário Catarinense na quinta-feira, o porta-voz do governo acriano, Leonildo Rosas, disse que a suspensão valeria até que se montasse um sistema de comunicação mais eficaz entre as regiões e que as prefeituras de cidades que receberiam imigrantes seriam notificadas quando isso ocorresse. Ainda na quinta-feira, porém, o defensor público Wembley Methas esteve no abrigo e constatou a mudança de cenário.

- Na manhã de quinta visitamos o abrigo e falamos com o responsável, Crispim Neto. Ele afirmou que não haveria nenhuma viagem até segunda ordem. Aí acessamos a internet e lemos reportagens falando que saíriam ônibus de Rio Branco. Voltamos ao abrigo e o Crispim confirmou que tinha sido feita uma mudança de procedimento. Pelo menos um ônibus com cerca de 40 pessoas saiu - explica Wembley.

De acordo com o defensor, não existia um acordo oficial entre governo e Ministério da Justiça, mas sim conversas avançadas no sentido de prestar ajuda humanitária aos haitianos e senegaleses. O próprio governo estadual teria procurado a defensoria para focar neste trabalho social.

- Estávamos trabalhando em conjunto e queríamos dar suporte para os imigrantes para onde eles quisessem ir, manter contato com autoridades locais. O abrigo em Rio Branco entrou em colapso, o sistema está estrangulado. Mas ficamos sabendo pela imprensa do envio do ônibus, sem nenhum tipo de consulta - lamenta o defensor.

Os haitianos e senegaleses devem chegar a Florianópolis no domingo. A previsão é de que os imigrantes viajem por até cinco dias até Porto Alegre (RS), destino final do trajeto quepassará por Cuiabá (MT), Campo Grande (MS) e Curitiba (PR). O Diário Catarinense tentou entrar em contato com o porta-voz do governo do Acre, Leonildo Rosas, mas ele não foi encontrado.