Ex-secretário de Planejamento, Orçamento e Gestão de Búzios, no Rio de Janeiro, o empresário gaúcho Ruy Ferreira Borba Filho e outras quatro pessoas foram presas por suspeita de lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. A ação foi realizada na quinta-feira, sob coordenação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público fluminense.
Chamada de Operação Curriculum Vitae, a ação ocorreu em Búzios, Niterói, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre, onde dois presos foram detidos. Secretário entre 2009 e 2012, Ruy Filho era o líder do grupo, de acordo com o MP. Eles teriam realizado diversas técnicas de lavagem de dinheiro e sonegação fiscal, e movimentado aproximadamente R$ 16 milhões entre 2008 e 2013.
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Para cometer os crimes, o ex-secretário constituiu a empresa de fachada RBF Participações e Serviços Ltda., cuja sede era um apartamento em prédio residencial, e a Fundação Bem Te Vi, instituição sem fins lucrativos controlada por ele, de acordo com o MP. A RBF travava relações jurídicas com duas sociedades offshore, sediadas em paraísos fiscais, visando a integração dos recursos lavados: a Freemont Limited, com sede em Londres, e Greencastle International, localizada nas Ilhas Virgens Britânicas.
A ocultação e a dissimulação do dinheiro se davam, em parte, mediante remessas ilícitas ao exterior, que retornavam ao Brasil como simulação de empréstimos tomados por Ruy Filho, pela RBF e pela Fundação Bem te Vi. Além das prisões, o MP também obteve o sequestro de bens e o bloqueio de valores dos detidos e das duas empresas investigadas. Uma pessoa segue foragida, segundo o órgão.
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Ruy Filho foi detido na própria casa no bairro Leblon, no Rio de Janeiro, na manhã de quinta-feira. Segundo o advogado Diogo Tebet, que representa o empresário, o Tribunal de Justiça do Rio concedeu liminar para que ele responda em liberdade no final do mesmo dia. No entanto, Ruy Filho foi efetivamente solto por volta das 14h30min desta sexta-feira.
Ainda conforme Tebet, tanto a prisão quanto as acusações contra o seu cliente são "completamente infundadas":
- O MP tenta estabelecer presunções e fica tentando vincular a fundação Bem te Vi com o cargo que ele (Ruy Filho) desempenhou na Secretaria, mas é desprovida de qualquer ligação. E nós vamos provar isso - disse Tebet a ZH no fim da tarde desta sexta.
O advogado ainda afirmou que existem "desavenças pessoais" entre o juiz responsável por decretar a prisão e o empresário, e que a defesa vai tenta provar isso.
* Zero Hora