A Arábia Saudita, liderando uma coalizão de países árabes, lançou, nesta quinta-feira, uma operação militar no Iêmen para frear o avanço dos rebeldes xiitas, apoiados pelo Irã, que criticou duramente estes bombardeios.
A operação militar começou com o bombardeio de várias posições huthis, particularmente em Sana, a capital do Iêmen. Participam 100 aviões de combate da Arábia Saudita, que decidiu mobilizar 150.000 soldados, 30 dos Emirados Árabes Unidos, 15 do Bahrein, 15 do Kuwait e 10 do Catar, segundo um canal de televisão saudita.
Além destes países do Golfo, vizinhos do Iêmen, a operação militar conta com a participação de outras nações aliadas da Arábia Saudita, como Egito, Jordânia, Sudão, Paquistão e Marrocos.
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A força aérea e a marinha egípcias estão participando dos ataques aéreos, disse o Cairo, depois de ter afirmado que estava disposto a enviar tropas terrestres se isso fosse considerado necessário.
Para o Irã, trata-se de uma iniciativa perigosa e que pode criar mais tensões na região.
"Sobre a agressão militar (desta quinta-feira) contra o Iêmen", o presidente iraniano, Hassan Rohani, "condenou qualquer intervenção militar nos assuntos internos dos países independentes", pedindo "aos países da região que evitem qualquer ação militar que acentue a crise" no Iêmen.
O Hezbollah libanês e o Iraque também condenaram o ocorrido. Bagdá disse ser partidário de soluções pacíficas, sem intervenção estrangeira.
Por sua vez, a chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, denunciou nesta quinta-feira um risco de graves consequências regionais.
- Estou convencida de que a ação militar não é uma solução - ressaltou.
Já o secretário-geral da Liga Árabe, Nabil al-Arabi, expressou nesta quinta-feira seu apoio total à intervenção militar.
Os Estados Unidos, em plena negociação com Teerã sobre o programa nuclear iraniano, também expressaram seu apoio à coalizão militar liderada pela Arábia Saudita, mas sem participar diretamente.
Washington anunciou que fornecerá apoio logístico e de inteligência, após o qual o secretário de Estado John Kerry "elogiou o trabalho da coalizão que atua militarmente contra os huthis".
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Por sua vez, o Fundo Monetário Internacional (FMI), que havia concedido em setembro ao Iêmen uma linha de crédito de 552 milhões de dólares liberada por etapas durante um período de três anos, anunciou nesta quinta-feira a suspensão por tempo indeterminado deste plano de ajuda devido às diversas dúvidas sobre a crise iemenita.
Os huthis combatem as unidades do exército iemenita fiéis ao ex-presidente Ali Abdullah Saleh, forçado a renunciar em 2012 após 33 anos no poder.
O Iêmen é o único país da Primavera Árabe onde o levante popular levou à saída negociada do presidente, substituído por seu vice-presidente, Abd Rabo Mansur Hadi.
A intervenção militar liderada por Riad responde a vários pedidos de ajuda lançados pelo grupo do presidente Hadi, incapaz de enfrentar o avanço dos rebeldes huthis, que nos últimos dias foram se aproximando de Aden, onde o chefe de Estado teria se refugiado.
Forças leais ao presidente retomaram nesta quinta-feira o controle do aeroporto de Aden das mãos das forças antigovernamentais, segundo um oficial de segurança, enquanto o líder iemenita chegou à Arábia Saudita
Hadi foi recebido, ao chegar a uma base aérea de Riad, pelo ministro saudita da Defesa, o príncioe Mohamed Ben Salman Ben Abdel Aziz, que supervisiona a operação no Iêmen.
*AFP
Apoiados pelo Irã
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