Foi apresentado na tarde desta quinta-feira, em Porto Alegre, um documento contendo estratégias de combate e prevenção à discriminação contra a mulher. Denominado Monitoramento da Cedaw - Ação Permanente do Movimento de Mulheres, o documento integra um projeto que congrega entidades feministas e de estudos de gênero junto à Organização das Nações Unidas (ONU). A ação é liderada pela entidade gaúcha Coletivo Feminino Plural.
De acordo com a coordenadora do Coletivo, Telia Negrão, a proposta do encontro foi divulgar a existência de um espaço de ativismo e ação política para combater o problema. Em evento realizado no Memorial de História do Rio Grande do Sul, a entidade chamou a atenção sobre o consórcio nacional formado por 13 redes organizadas nacionalmente para monitorar formas de discriminação.
Atualmente, o Brasil presta contas à ONU de quatro em quatro anos sobre a situação da violência à mulher. A próxima reunião acontecerá em 2014, em Genebra, na Suíça. Até lá, será preciso melhorar pontos como o tráfico internacional e a saúde. Segundo a entidade, esses são os pontos em que o país mais apresenta dificuldades.
- A atual legislação do país já eliminou diversas formas de preconceito. O desafio agora é transformar a legislação em políticas - afirma Telia.
Outra limitação, segundo a entidade, é a escassez de recursos financeiros e humanos para atuar na proteção das vítimas de violência domiciliar.
- Quando uma mulher violentada denuncia um caso de agressão, o mais comum é que volte a apanhar mais, seja espancada até a morte ou nada seja feito. Por isso, a denúncia cai na descrença e muitas seguem apanhando caladas - diz Telia.