O protesto está marcado para as 18h em Porto Alegre e a concentração deve ocorrer na Praça da Matriz. Representantes dos lojistas estão orientando o comércio localizado na rota das manifestações a fechar as portas a partir das 17h.
Foi sugerido também que os comerciantes afastem mercadorias das vitrines, reforcem grades de contenção e que utilizem sistemas de vigilância com intuito de identificar invasores. Nessa semana, a CDL Porto Alegre obteve a promessa do comando da Brigada Militar da ampliação do contingente do policiamento para a manifestação de hoje.
Entenda o caso:
A maior onda de protestos da história recente do país eclodiu no mês de junho e teve as redes sociais como catalisador. As manifestações, inicialmente contra o aumento das passagens, levaram mais de um milhão de pessoas às ruas em dezenas de cidades brasileiras. Os atos não possuem vinculação partidária.
Em Porto Alegre, os protestos começaram ainda em março. Manifestantes depredaram a prédios públicos e privados. Eles reivindicam a redução do valor da passagem para R$ 2,60. A tarifa chegou a subir para R$ 3,05 na capital, mas uma liminar derrubou o reajuste, e o preço segue R$ 2,85. No dia 13 de junho, em um novo protesto pelas ruas do Centro e Cidade Baixa, 23 pessoas foram presas.
Porém, os protestos mais violentos aconteceram na cidade de São Paulo, que registra atos desde 6 de junho. No dia 13, policiais e manifestantes entraram em confronto, e a capital paulista virou um cenário de guerra. Balas e bombas de gás lacrimogêneo foram lançadas pelos PMs, e os manifestantes respondiam com paus e pedras. Mais de uma centena de pessoas ficaram feridas.
O dia 17 de junho foi o mais intenso: manifestações aconteceram em mais de 10 capitais brasileiras. Desta vez o motivo não era apenas o aumento das passagens, mas também contra a Copa das Confederações, repressão policial, corrupção, e melhores condições de saúde e educação. Mais de 100 mil pessoas fecharam ruas no Rio de Janeiro, e a Assembleia Legislativa foi depredada. Em São Paulo 65 mil pessoas fecharam avenidas. Em Brasília, houve tentativa de invadir o Congresso Nacional.
Os primeiros resultados começaram a ser obtidos. São Paulo, Rio, Porto Alegre e outras cidades revogaram o aumento das passagens. Mas as medidas tomadas pelas prefeituras não frearam os protestos, e os atos seguiram.
O grande problema, tanto para os governos quanto para os ativistas, são os atos de vandalismo cometidos por uma minoria radical. Depredações, saques, começaram se tornar rotineiros. No dia 20, um jovem de 18 anos morreu atropelado em Ribeirão Preto, e no dia seguinte, em Belém do Pará, uma gari que respirou gás lacrimogêneo também morreu.
Nas redes sociais, protestos continuam sendo marcados, sempre com confirmação maciça dos jovens.