O Brasil conquistou cinco pódios no Grand Slam de judô de Kazan, na Rússia. A competição foi encerrada na sexta-feira (7) e foi a penúltima disputa do calendário antes dos Jogos Olímpicos de Tóquio.
A primeira medalha foi conquistada na quinta-feira pela brasiliense Ketleyn Quadros, da Sogipa, que ficou com a prata na categoria meio-médio (63kg). Até chegar à decisão, a judoca de 33 anos derrotou a sul-coreana Mok-hee Cho, a espanhola Cristina Cabana Perez e a eslovena Andreja Leski, todas por ippon.
Na disputa pelo lugar mais alto do pódio, a medalhista de bronze nos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008, acabou sendo superada pela polonesa Agatha Ozdoba-Blach, no golden score.
— Essa segunda medalha consecutiva no Circuito me deixa muito feliz. É sinal de que o trabalho está no caminho certo. O resultado vem para te dar uma resposta. E eu fico muito feliz de estar crescendo, me sentir evoluindo na reta final apesar de todos os obstáculos. É continuar trabalhando, porque ainda tem muito pela frente, principalmente nos Jogos. Eu quero estar lá com condição de medalha — projeta Ketleyn que, com os 700 pontos conquistados deve melhorar sua 13ª posição no ranking mundial se aproximando da zona de cabeças-de-chave nos Jogos de Tóquio.
Já na sexta-feira, as categorias pesadas garantiram outros quatro pódios, com mais uma prata e três bronzes e os medalhistas mantiveram a disputa acirrada pelas vagas em Tóquio.
Dono de duas medalhas de bronze olímpicas, o pesado (+ 100 kg), Rafael Silva venceu suas três lutas preliminares por ippon. O azeri Jamal Feyziyev, o russo Anton Krivobokov e o romeno Vladut Simionescu ficaram pelo caminho até a final com o russo Tamerlan Bashaev, que levou a melhor nas punições.
— Essa foi a terceira final de um ciclo de competições. Estou em busca de melhora a cada passo, a cada competição e o objetivo final são as Olimpíadas. Primeiro me classificar e depois tentar mais uma medalha olímpica — analisou Baby, que foi prata no Grand Slam de Tbilisi, na Geórgia, e ouro no Pan-Americano, em Guadalajara, neste ano.
Ainda no pesado, David Moura garantiu um bronze e pontos importantes na classificação olímpica, onde ele disputa a única vaga brasileira com Rafael Silva. O mato-grossense venceu suas duas primeiras lutas contra o russo Alexandr Shalimov e o alemão Johannes Frey, no golden score, mas foi derrotado por Tamerlan Bashaev na semifinal e foi para a disputa do terceiro lugar contra Anton Krivibokov, que foi derrotado por waza-ari.
— Acho que tive um bom desempenho, lutei com atletas bem duros, peguei três russos na chave. Foi um ótimo treino para o Campeonato Mundial, onde meu objetivo será subir no lugar mais alto do pódio e conquistar a vaga olímpica— disse Moura, que foi vice-campeão mundial em 2017, ao perder na decisão para o francês Teddy Riner.
Da mesma forma que os homens, a vaga feminina do pesado (+78 kg) está em aberto e Maria Suelen Altheman e Beatriz Souza disputam cada ponto. Em Kazan, elas obtiveram resultados idênticos.
Suelen venceu a russa Daria Valdimirova e a argelina Sônia Asselah, por ippon, nas preliminares, e caiu para a belarrussa Maryna Slutskaya, na semifinal, ao sofrer três punições. Na disputa pelo bronze, a paulista venceu a porto-riquenha Melissa Mojica.
— O empenho do Brasil, em geral, está sendo muito bom, sempre subindo ao pódio. É um passo de cada vez e a próxima competição é o Mundial e tenho certeza que toda a equipe estará bem preparada para esse grande evento— comentou Maria Suelen após conquistar seu terceiro bronze consecutivo na temporada 2021.
Na sua chave, Bia passou pela lituana Sandra Jablonskyte e pela russa Anastasiia Kholodilina, nas preliminares, com dois ippons. Na semifinal, ela acabou sendo imobilizada pela francesa Romane Dicko, que ficou com o ouro. Na luta pelo bronze, a brasileira derrotou Sonia Asselah por ippon.
— Fiquei muito feliz com desempenho. Em todas as lutas eu dei mais que meu 100% e estou muito feliz. Os próximos passos serão os detalhes, ajustar tudo direitinho e treinar ainda mais para o Campeonato Mundial que, logo, logo estará aí— disse a judoca dona de quatro medalhas em 2021 (prata em Tashkent, bronze em Tbilisi, ouro no Pan e bronze em Kazan).
A última competição do ciclo olímpico acontecerá em junho, quando os principais atletas do Brasil disputarão o Mundial, no período de 6 a 13, em Budapeste, na Hungria. Após esse evento a Confederação Brasileira de Judô (CBJ) anunciará a equipe que representará o país nos Jogos Olímpicos de Tóquio, no Japão, em julho.