
Pouco menos de um ano depois do fim dos Jogos Olímpicos de Paris, o ciclo do esporte brasileiro visando a próxima edição, em Los Angeles, está a pleno vapor.
O começo da temporada de 2025 anima até os torcedores mais pessimistas do Brasil pensando na Olimpíada de 2028. Nos primeiros quatro meses do ano, o país acumula grandes resultados nas mais diversas modalidades.
Esportes em destaque
A mais recente conquista brasileira foi de Hugo Calderano. O mesa-tenista venceu a Copa do Mundo de Tênis de Mesa, em Macau, na China, derrotando o número 1, 2 e 3 do ranking. O título o eleva de patamar logo no começo de mais um ciclo olímpico.
— Obviamente é um ciclo muito longo. A gente teve dois deles impactados pela pandemia, um mais longo e outro mais curto. É um atestado desse começo de temporada, da qualidade dos atletas que a gente tem. Acho que é importante lembrar que é começo do ciclo. Muita coisa vai rolar até Los Angeles mas a regularidade é sempre algo a ser enaltecida — explica Sergio Arenillas, narrador dos canais Sportv.

Além de Calderano, o Brasil teve resultados consistentes em outros esportes. No handebol masculino, pela primeira vez na história, a equipe foi às quartas de final do Mundial, vencendo equipes como Noruega e Suécia.
Em duas etapas do Elite Feminino de vôlei de praia, duas vitórias brasileiras. Na World Surf League (WSL), Italo Ferreira venceu duas das quatro etapas e lidera o ranking mundial. Apesar dos bons desempenhos, especialistas tratam a euforia por eles com cautela.
— Estas conquistas mostram atletas em alto nível, mas não podem ser tomadas como definitivas, até porque muito ainda está por acontecer nesse período até Los Angeles. Mas é evidente que, se os resultados aparecem é algo a ser saudado, porque mostra que o caminho é conhecido. Mas não é possível acreditar que eles possam ser definitivos — ressalta André Silva, repórter da Rádio Gaúcha e especialista em esportes olímpicos.
Oportunidades no novo ciclo
Historicamente, o ano seguinte aos Jogos Olímpicos costuma ser com conquistas de nomes que quase medalharam na Olimpíada e também de quem está surgindo no cenário internacional.
Isso, principalmente, por ser uma temporada em que os medalhistas olímpicos e campeões olímpicos estão de ressaca, então existe um hiato aberto para quem puder se destacar, como explica Guilherme Costa, jornalista do Grupo Globo e especialista em esportes olímpicos.
— Em via de regra quem se destacou na Olimpíada vai ter um ano bem mais calmo. É o que acontece não só no Brasil como no mundo inteiro, a gente vê muitos campeões olímpicos tirando um ano sabático para aguentarem o ciclo depois, com três anos de paulada de treino — explica Costa, que conclui:
— Não existe um número muito concreto de quem é campeão mundial no primeiro ano do ciclo olímpico vai ser campeão olímpico, mas esse primeiro ano do ciclo olímpico é muito importante para esses dois tipos de atletas para que eles se coloquem ali no grupo dos melhores do mundo nos campeonatos mundiais.
Mais de 40 campeonatos mundiais
Apesar de ser o primeiro ano do ciclo, a temporada tem mais de 40 campeonatos mundiais das mais variadas modalidades, além de etapas do Circuito Mundial, Copas do Mundo e torneios que contam pontos para o ranking internacional. Alguns, inclusive, no Brasil, caso de etapas de vôlei de praia, de surfe e o Mundial de ginástica rítmica.