A nova diretoria do Comitê Olímpico do Brasil (COB) foi empossada e trabalha desde o dia 15 de janeiro. E além de novas presenças nos cargos de liderança, ideias de renovação estão sendo implementadas.
Um dos novos nomes é Emanuel Rego, novo diretor-geral da entidade. Ele é dono de três medalhas olímpicas no vôlei de praia, uma delas a se ouro em Atenas 2004. No Rio de Janeiro, durante a celebração de posse da nova diretoria, realizada na quinta-feira (30), ele conversou com a reportagem de Zero Hora e falou sobre algumas ideias que serão levadas a partir de agora.
Como estão sendo esses primeiros dias da nova gestão?
É um movimento novo. Nós, do sistema esportivo, estamos nos acostumando. Marco Laporta e Yane Marques trazem uma mensagem de mudança, de leveza . Várias áreas do esporte, vários entes, estão com uma expectativa grande e nós, na gestão, também temos essa expectativa e estamos felizes de fazer (parte) de um momento diferente no Comitê Olímpico do Brasil.
Para quem está acompanhando o movimento olímpico brasileiro há anos, Marco Laporta e Yane Marques parecem que dividirão protagonismo, algo que não estava ocorrendo nas últimas gestões. Essa é a ideia, uma divisão de tarefas?
Eu tenho uma visão muito clara de que eles se complementam. Tivemos duas reuniões de trabalho, com as confederações e com a comissão de atletas, onde estavam presentes todos os 52 membros da Assembleia (Geral) do COB e nessas reuniões todos se misturaram. Antes, ficava de um lado as confederações e de outro os atletas. Agora, com essa nova disposição, já teve uma interação. Já discutiram questões não só do seu esporte, mas do esporte olímpico em geral e acho que essa mudança, aos poucos, vai ser adaptada e eu acredito que nós temos um viés de COB muito mais colaborativo, muito mais aberto para ser uma liderança em outras esferas junto com o Comitê Brasileiro de Clubes (CBC), Comitê Paralímpico do Brasil (CPC) e que tem aspectos em comum, que temos que lutar, como a Lei de Incentivo ao Esporte, que é um tema muito importante, teremos a Lei das Bets (casas de apostas). Então temos muitos temas que nós podemos estar unidos para melhorar o esporte em geral, para poder pensar em uma nação esportiva.
A relação com as confederações será um pouco diferente com a ideia do Top COB, programa que irá permitir a elas o acesso a recursos de patrocinadores do próprio comitê, para que não fiquem dependentes apenas do repasse de leis, como a das loterias. É dar mais independência a elas?
A ideia é levar o brilho do esporte olímpico para todas as esferas. O COB depende das confederações para executar e chegar nos atletas, como cooperação mútua para treinamentos fora do Brasil, atletas que estejam aqui com comissões técnicas boas. Essa interação sempre vai existir, financeira e técnica. Acredito até que a técnica seja mais importante para almejar os nossos objetivos, de em quatro anos preparar bem os atletas para chegar nas missões (competições como Jogos Olímpicos e Pan-Americanos) e também preparar o desenvolvimento de novos atletas. Então essa questão financeira vai ficar com a gestão, a governança e a transparência de cada uma (confederação) e isso já vem melhorando.
A ideia é levar o brilho do esporte olímpico para todas as esferas
EMANUEL REGO
Diretor-geral do COB
E a ideia apresentada de o Brasil ser uma nação esportiva para almejar ser uma potência olímpica. Como isso será viabilizado?
Nas nossas reuniões de diretoria sempre pensamos em preparar os nossos clientes, para depois abraçar outras áreas, como Ministério da Educação, da Saúde, outras áreas que o esporte pode permear. Quando você pensa em uma nação esportiva não podemos pensar só no nosso núcleo (alto rendimento). Aos poucos temos que penetrar em outras áreas e essa é uma das missões de ser uma liderança. E quando falamos que o COB é uma liderança é porque ele tem aspectos de excelência e isso facilita para comover os agentes que estão ao lado para ter um Ministério do Esporte mais fortalecido.