Em geral, jovens sonham em ser jogadores de futebol, basquete, vôlei e, mais recentemente, até mesmo atletas de esportes eletrônicos. No entanto, o fisiculturismo vem ganhando espaço na vida de pessoas que estão em busca de corpos esculturais e, no Brasil, tornando-se relevante por conta de um atleta de destaque.
Ramon Rocha Queiroz, 27 anos e 1m81cm, conhecido como "Dinossauro do Acre" ou apenas "Dino", está entre os principais fisiculturistas do mundo e pode trazer um título inédito para o Brasil no Mr. Olympia 2023 — principal competição da modalidade.
Nesse torneio, um dos grandes atores de Hollywood foi ídolo. Arnold Schwarzenegger venceu o título sete vezes entre 1970 e 1980. Com ele, o esporte começou a ganhar relevância, principalmente nos Estados Unidos, e a cada ano que passa ganha mais admiradores.
Um deles foi Ramon Dino. O acreano era amador até 2018 e fazia sua preparação para os campeonatos comendo praticamente todos os dias arroz com ovo. Sem condições financeiras de comprar outros alimentos, ele buscava formas de conseguir o básico para competir.
Dino disputou o Olympia Brasil — principal torneio nacional — daquele ano e conseguiu vencer na sua categoria, além de ter sido eleito com o melhor físico no geral. Com isso, ele pôde entrar no circuito profissional por meio do Pro Card (cartão profissional) concedido pela Federação Internacional de Fisiculturismo e Liga Profissional de Fitness (IFBB em inglês).
A história de Ramon sensibilizou muitas pessoas, que começaram a apoiá-lo e acreditaram no sonho do jovem atleta em se tornar um dos principais fisiculturistas do mundo. Com o Pro Card, ele poderia começar a disputar os principais torneios do mundo, além de ter patrocinadores para apoiá-lo na caminhada.
Mudanças até os principais palcos
No entanto, mesmo depois de vencer o título, Dino demorou a pisar nos principais palcos do fisiculturismo. Ele saiu do Acre e foi para São Paulo após começar a ganhar destaque nas redes sociais por meio de influenciadores digitais da modalidade.
Além dessa mudança de localidade, o seu físico também precisava evoluir para conseguir disputar contra os melhores do mundo. Ramon é considerado um fenômeno genético por especialistas no esporte, nutricionistas e treinadores. No entanto, sua evolução também se deu por meio de trabalho duro, boa alimentação e mentalidade de campeão.
Após muita preparação, Dino estava pronto para pisar no principal palco do fisiculturismo mundial. No Mr. Olympia 2021, ele foi o quinto colocado na categoria Classic Physic — que enfatiza uma estética clássica, lembrando os físicos dos atletas dos anos 1970 e 1980.
Um excelente resultado para o brasileiro que ali viu que poderia sonhar com mais. Ramon seguiu sua preparação para o próximo ano e começou a ficar entre os primeiros colocados em outros campeonatos importantes. No Mr. Olympia de 2022, Dino chegou como forte candidato para bater de frente com o então tricampeão da categoria Chris Bumstead.
Contudo, o canadense venceu pela quarta vez consecutiva, deixando o brasileiro com a segunda posição. O resultado foi expressivo e colocou Ramon em destaque, sendo considerado o único capaz de acabar com a dinastia de Bumstead.
2023 pode ser o ano
Em uma evolução poucas vezes vista no fisiculturismo, Dino sonha em ser o primeiro brasileiro a vencer uma competição no Mr. Olympia. Ele sabe que é uma missão difícil, uma vez que o adversário canadense também é considerado um fenômeno na modalidade.
Para a edição de 2023, houve mudanças na regra de avaliação que podem beneficiar Ramon, sendo uma delas o aumento de peso. Com isso, o acreano vai poder acrescentar mais 2kg em seu corpo, podendo preencher melhor partes em que tinha desvantagem em relação a Bumstead.
A definição do Mr. Olympia 2023 será no dia 4 de novembro, em Orlando, Flórida. Além de Ramon, outros seis brasileiros estão competindo na categoria Classic Physic, com destaque para Gabriel Zancanelli, que também tem chances de chegar à final.