
O jornalista Vitor Netto colabora com o colunista Rodrigo Lopes, titular deste espaço.
Há três dias, argentinos da região de Bahía Blanca (a 600 quilômetros de Buenos Aires) vem enfrentando cenas de terror com uma enchente que já deixou pelo menos 16 mortos. O presidente Javier Milei decretou, nesta segunda-feira (10), três dias de luto nacional e confirmou o envio de 10 bilhões de pesos (R$ 54,8 milhões) em ajuda para cobrir as reparações.
O jornal argentino Página 12 revelou que a ministra do Capital Humano, Sandra Pettovello, três dias antes do início da tempestade, demitiu todos os 485 trabalhadores da Direção Nacional de Emergências. O órgão era responsável por prestar assistência em casos de catástrofes, enviando suprimentos e profissionais para apoio e cuidado às vítimas.
O governo de Milei é conhecido criticar a agenda ambiental, alinhado às políticas do atual presidente americano, Donald Trump.
No início de fevereiro, aventou a possibilidade de a Argentina se retirar do Acordo de Paris. Na mesma declaração, rejeitou a influência humana sobre as mudanças climáticas.
Em novembro do ano passado, na COP29 no Azerbaijão, representantes da delegação da Argentina se retiraram das negociações da conferência. Em outra oportunidade, Milei chegou a dizer que a crise climática é uma “mentira socialista”.
Até o momento, o presidente não visitou Bahía Blanca. Apenas os ministros da Segurança e da Defesa, Patricia Bullrich e Luis Petri, respectivamente, estiveram no local.