O grande público brasileiro não está ambientado com a luta-livre profissional. Aquela luta-livre que fez sucesso com Ted Boy Marino e Fantomas, na década de 1960, nos episódios de Telecatch, perdeu espaço no país com o passar do tempo. A televisão aberta até tentou investir na modalidade, mas, por diversos motivos, desistiu no meio do caminho.
Enquanto isso, a WWE, empresa norte-americana de luta-livre profissional, dominou os mais diversos mercados pelo mundo. O show revelou para o MMA o peso-pesado Brock Lesnar, ao mesmo tempo em que promoveu Dwayne Johnson, o "The Rock", para Hollywood, demonstrando a grande capacidade de unir lutas e entretenimento no mesmo ringue.
Em 2017, a empresa reuniu mais de 75 mil fãs para o seu maior evento anual disputado em Orlando e investiu com força em mercados como China e Índia. Em 2018, muita coisa ainda está por vir e a grande estrela do UFC, Ronda Rousey, pode ser incorporada ao elenco que já conta com grandes nomes.
E qual seria o motivo para essas duas realidades estarem tão separadas? A falta de um grande incentivo. A própria empresa é reticente quanto ao momento da entrada no mercado nacional. Enquanto a Argentina e o Chile recebem shows anuais da organização, o Brasil teve apenas uma visita em 2012. Esse cenário, porém, pode ser alterado nos próximos anos.
Atualmente, três atletas brasileiros estão trabalhando forte no NXT, show considerado laboratório da WWE, e já rodam os EUA ao lado de outras grandes apostas da empresa. O público que acompanha os shows semanais só aumenta.
Nas redes sociais, uma fanática torcida levanta a bandeira da luta-livre no país e, através de campanhas e conteúdos elaborados, faz a voz local ser cada vez mais ouvida pelos diretores da empresa.
Uma legião de atletas brasileiros de luta-livre também aguarda ansiosa para que seus shows locais cresçam, algo que ocorrerá naturalmente com a ascensão da empresa norte-americana por aqui. Por todos esses motivos citados, afirmo que Brasil está pronto para a WWE, e a WWE está pronta para o Brasil. Resta saber o tempo que falta para esta união ser concretizada e o que será necessário para que isso aconteça.
Assim sendo, todos ganham. O público terá um produto de qualidade cada vez mais próximo e a empresa ganhará um mercado pronto para ser explorado.