
O goleiro do Inter no Gre-Nal que abrirá a decisão do Gauchão 2025 não seria Anthoni se não fosse a persistência de uma criança apaixonada por futebol.
O jogador colorado acreditou em si, superou dores e diagnósticos pessimistas, cuidou-se como poucos e persistiu para, enfim, ter a recompensa a seu alcance.
O título estadual seria um grande passo de uma carreira que, embora curta para o grande público, já tem mais de uma década.
O drama vivido por Anthoni se passou quando saía da infância rumo à adolescência. O menino que era até um pouco gordinho deu um espichão maior do que o corpo poderia aguentar.
Seu tendão patelar não aguentou. Atendido por especialistas, chegou a ouvir que, caso o quadro não melhorasse, teria de parar de jogar.
— Ele chorou muito. Conversei, expliquei que ele era muito novo ainda e que superaríamos aquela barreira. Ele nunca chegou a parar de jogar por causa disso — recorda a mãe, Patrícia Spier.
Cuidados intensificados
Tudo, menos parar de jogar. Anthoni era louco por futebol. E por ser goleiro. De forma alguma abandonaria o esporte. Então intensificou os cuidados.
A maior característica era andar com uma sacolinha com gelo em todos os deslocamentos. De casa para a escola? Gelo. De Três Coroas a Alvorada, para o treino? Gelo. Voltando da atividade? Gelo. Antes de dormir? Gelo.
— Antes de ir embora, pedia ao roupeiro para lhe alcançar umas pedrinhas de gelo para voltar para casa já tratando — completa Patrícia.
Expectativa
Quando o corpo se estabilizou, Anthoni voltou a jogar sem problemas. E foi escalando de categoria em categoria até chegar ao profissional.
Aos 23 anos, está às vésperas de sua primeira decisão entre os adultos. E vive até a expectativa de seguir no gol depois da final do Gauchão.
Claro que, na base, Anthoni disputou dezenas de decisões. Inclusive foi campeão brasileiro sub-20. Mas entre os profissionais é outro patamar.
No ano passado, o goleiro disputou praticamente todo o Gauchão. Só não atuou na partida de volta da semifinal, contra o Juventude.
Coincidentemente, a que marcou a eliminação colorada. Assim como agora, Rochet estava machucado em 2024. Desta vez, porém, não retornará.
Sonho
É a oportunidade que o goleiro que há 14 anos (ou seja, desde seus nove) milita com a camisa colorada. Ser campeão é sua fixação.
Talvez por lembrar do começo difícil ainda em Três Coroas, pela superação das dores no joelho, pelo trabalho já conhecido com psicólogo, pela maturidade precoce típica dos goleiros, possa realmente acreditar em sua palavras.
— É um sonho. Toda vez que entro em campo é um sonho realizado.
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