
Adversário do Grêmio na segunda fase da Copa do Brasil, o Athletic Club vive seu melhor momento na história. O clube do interior de Minas colhe bons frutos após ter virado SAF e aposta na força de sua casa para tentar eliminar o Tricolor.
Fundado em São João del Rei em 1909, o Athletic viveu anos no ostracismo. Após ter fechado seu departamento de futebol profissional nos anos 1970, o Alvinegro Gigante, apelido do clube, levou cinco décadas para se reerguer.
— Se fosse pra resumir em uma palavra o momento vivido pelo clube, eu diria histórico. Em 2018, o Athletic voltou a figurar no futebol profissional. Mesmo sendo um clube centenário, a maior parte do tempo foi no futebol amador — disse Cristiano Giovanni, repórter da Rádio São João Del-Rei.
Na cobertura diária do Athletic desde 2018, ano que marca o início da ascensão do clube, Cristiano Giovanni não esconde o fato de que o atual campeão da Série C vive um momento de instabilidade. No entanto, ele faz um alerta aos gremistas.
— Não é o melhor Athletic que a gente viu nesses últimos anos. O time já foi melhor em outras ocasiões. No Campeonato Mineiro, o time acabou perdendo força na reta final. Mas é uma equipe que costuma dar trabalho aos grandes. Já venceu o Cruzeiro esse ano. Jogando em São João del Rei o time faz boas apresentações. Vai ser um Davi contra Golias esse confronto com o Grêmio.
Na primeira fase do Campeonato Mineiro, em uma partida que foi disputada no Estádio Mané Garrincha, o Athletic venceu o Cruzeiro pelo placar de 1 a 0. Foi a primeira vez na história que o time de São João del Rei bateu a Raposa. Já no confronto com o outro gigante de Minas, o placar foi o mesmo, mas desta vez o vencedor foi o Atlético-MG.
— Faz uns quatro anos que o Athletic vem dificultando a vida dos grandes em Minas. Contra o Cruzeiro, o Athletic se aproveitou da instabilidade do time que era treinado pelo Fernando Diniz. Foi melhor os 90 minutos. Contra o Atlético, foi difícil o jogo, e o Galo só conseguiu vencer se aproveitando da individualidade do Hulk — recordou Vinícius Silveira, comentarista da Rádio 98 FM de Belo Horizonte.
Para a partida contra o Grêmio, o técnico Roger Silva, ex-centroavante com passagem pelo próprio Inter, deve depositar suas esperanças no fator local e, também, no camisa 10 da equipe.
— O Deivid Braga é um meia que não tem a característica só de armar o jogo. Ele é muito forte. Ele arrasta o time pra frente. Não chega a ser o cara que dá o passe decisivo, mas pode fazer a diferença numa noite boa — disse Cristiano.
A casa do Athletic é o Estádio Joaquim Portugal. O local passa por reformas para atender as exigências impostas pela CBF para a disputa da Série B. A expectativa é de que quase 4 mil pessoas estejam presentes na partida desta quarta-feira (12).
Em meio ao confronto diante do Grêmio, o Athletic disputa a final do Torneio Inconfidência. É uma competição entre as equipes que não garantiram vaga nas fases decisivas do Campeonato Mineiro, mas que também não lutam contra o descenso. No último sábado (8), com um time alternativo, o time venceu o Uberlândia pelo placar de 2 a 0. No próximo domingo (16), no Joaquim Portugal, o time defende o título.
— É uma cidade de pouco mais de 100 mil habitantes, onde nós tínhamos dificuldade para cobrir até um campeonato amador. É uma trajetória que surpreende muito. Em pouco mais de seis anos, o time já conseguiu muita coisa — finalizou o setorista do Athletic.