
O Grêmio terá pela frente, nesta quarta-feira (12), pela segunda fase da Copa do Brasil, uma das sensações da última temporada brasileira. O Tricolor enfrentará o Athletic-MG, recém promovido à Série B do Brasileirão, em São João del Rei, no interior de Minas Gerais.
Quem comanda a equipe é um velho conhecido do Rio Grande do Sul. Roger Silva, ex-atacante do Inter, está em sua quarta temporada à frente do time mineiro.
Com exceção dos segundos semestres de 2022, quando foi para a Inter de Limeira, e 2023, período do ano em que comandou Pouso Alegre, Manaus e Primavera, ele sempre esteve à frente do Esquadrão de Aço.
— A cidade está parada. É o grande jogo da história do clube até o momento. Nós estamos anestesiados, empolgados felizes, desfrutando porque não é tão simples uma equipe com sete ou oito anos de vida já chegar a esse momento. Felizes com a oportunidade de enfrentar esse gigante, que dispensa comentários. Expectativa lá em cima — disse o treinador em entrevista à Zero Hora.
A equipe mineira tem jogadores com passagens pela elite do futebol brasileiro. Lincoln, ex-Flamengo, Sandry, ex-Santos, e Andrey, ex-Vasco e Coritiba, são peças do time de Roger Silva.
— O clube está se fortalecendo. Tínhamos um sonho em ter jogadores no elenco, como o Andrey, que já performou em uma Série A. Chegou o Sandry, uma ótima contratação, que já foi destaque em Libertadores. O Lincoln é um cara que a gente tem acreditado muito que possamos recuperar esse atleta. Além disso, temos outros nomes, como o Wesley Gasolina, o Yuri, ex-Botafogo, o Torrão e o Diego Fumaça, nosso volante, um cara que pega, joga, está há muitos anos no clube — analisou.
Confira a entrevista com o técnico do Athletic-MG
A curto e médio prazo, o objetivo é a permanência na Série B ou já pensam em Série A para 2026? Dá pra comparar, por exemplo, com o Bragantino, que teve um ascensão meteórica?
Acho que o clube tem muita margem de crescimento. Podemos nos identificar um pouco mais com o Mirassol. A nossa história é mais parecida com a deles, uma equipe mais interiorana. Nós temos nossos sonhos, nossos objetivos são claros na Série B. A gente gostaria, em um primeiro momento, de figurar entre os 10 primeiros.
O Athletic é uma equipe que vai figurar no bloco alto do campeonato da Série B.
Vamos melhorar nossa estrutura. Estamos acabando o nosso CT. O ideal seria nós fazermos uma Série B firme, para gente melhorar os processos. O Athletic é uma equipe que vai figurar no bloco alto do campeonato da Série B. Daqui a alguns anos, deve buscar esse acesso. Não tem como não fugir. Os investimentos estão sendo feitos.
Vocês tiveram propostas para vender o mando de campo para o jogo contra o Grêmio. Como foi a decisão de manter a partida em São João del Rei?
É cultural. O Athletic não vende os seus jogos. O que aconteceu no jogo do Cruzeiro esse ano foi porque nós estávamos removendo uma parte da arquibancada pra aumentar o estádio, então não teria como jogar lá.
O Athletic sempre enfrentou Cruzeiro, Atlético e América aqui dentro, de casa. A cidade abraça o clube. Quando a nossa diretoria bate o pé para manter um jogo, mesmo com um valor alto, é valorizar os profissionais e também a cidade que tem abraçado desde o início.
Como ficou a tua relação com o Inter depois de ter atuado aqui em 2018?
Eu sou muito grato. Foi um momento bem difícil da minha vida quando eu tive tumor no Botafogo. Recuperei-me em Porto Alegre e voltou meu prazer de jogar futebol. Eu sou muito grato ao Inter. Tenho muito carinho mesmo.
O Odair Hellmann foi um cara que acreditou em mim. Joguei com um grupo maravilhoso. Pude trabalhar com o D'Alessandro. Caras que dispensam comentários.
Sabemos também que tu tens relação com o teu xará, Roger Machado. Como é teu contato com ele?
Esse é um dos bons amigos que o futebol me deu. É um dos meus padrinhos no futebol. Fiquei 10 dias com ele, acompanhei quase duas semanas de trabalho.
Ele me recebeu como um filho e tem muito do trabalho do Roger no meu. Aprendi muito com ele. Deve estar torcendo pra mim na quarta-feira (risos).
Pediu dicas para vencer o Grêmio para ele?
Vou ligar pra dar um abraço pelo resultado. Acho que também tem a ética dos clubes. O Roger tem história nos dois clubes. Fazendo uma história linda no Inter.
Falamos sempre da vida, da família perguntamos do trabalho, mas acho que tem que ter esse mínimo de ética e de respeito. Vou tentar tirar alguma coisa, quem sabe uma escalação, alguma coisa que ele possa me passar mas até agora não falei com ele.
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