Maicon ou Michel, eis a questão. O retorno do "capita" aos treinos do Grêmio colocam uma pulga atrás da orelha do técnico Renato Portaluppi. O antigo titular se recuperou de uma lesão na panturrilha e está à disposição do comandante, que viu o reserva entrar bem no time e participar de duas goleadas, contra Cruzeiro e Goiás, pelo Brasileirão.
Para o sábado (21), contra o Santos, na Vila Belmiro, há mistério sobre quem será escalado. Por ser a partida considerada mais difícil entre aquelas que o Grêmio terá antes de enfrentar o Flamengo no jogo de ida das semifinais da Libertadores, esse duelo é tratado como um teste para as decisões de outubro. Assim, quem for a campo tem mais chances de atuar no próximo dia 2, na Arena, pelo torneio continental.
— É o jogo ideal para fazer os testes, porque o Santos tem características semelhantes ao Flamengo. É um time de qualidade técnica e transição rápida. O Grêmio terá dificuldades parecidas, por isso acho um teste bastante válido — destaca o técnico e ex-volante do Grêmio Cristóvão Borges.
Maicon não joga desde a volta das quartas de final da Libertadores, contra o Palmeiras, em 27 de agosto, quando deixou o campo aos 29 minutos do primeiro tempo para o ingresso de Rômulo, já que Michel estava fora por lesão.
Devido à lesão na panturrilha direita, ficou de fora também do jogo de volta da semifinal da Copa do Brasil, contra o Athletico-PR, quando o Tricolor foi eliminado da competição. Na ocasião, Renato lamentou a ausência do volante. Cristóvão Borges concorda que o camisa 8 faz falta ao time e não vê prejuízo defensivo com a entrada dele.
— Com o Maicon, potencializa o jogo do Matheus e do Jean Pyerre, por causa do toque de bola. No momento em que a equipe precisar de um equilíbrio defensivo maior, coloca o Michel. Mas, para iniciar o jogo, a equipe precisa do Maicon, porque ele dita o ritmo do time — avalia.
Os números do Grêmio com Maicon em campo são melhores do que sem ele. Enquanto com o antigo capitão foram 29 jogos e 66,6% de aproveitamento, sem ele o rendimento da equipe cai para 56,5% em 23 partidas na temporada. Ainda assim, o ex-jogador e treinador tricolor Cassiá Carpes entende que Michel dá uma consistência defensiva maior ao time e mais autonomia para Matheus Henrique ajudar no ataque.
— O Maicon não está bem preparado fisicamente, embora tenha liderança junto ao grupo. Mas o líder nem sempre precisa estar jogando. Hoje o Michel tem a minha preferência por duas razões: porque defende melhor e é mais jovem, tem mais saúde. Com ele o Grêmio ganha um volante com mais pegada, boa impulsão e dá mais liberdade para o Matheus auxiliar na criação — analisa Cassiá Carpes.