Atraindo cada vez mais adeptos, a corrida de rua traz uma série de benefícios para a saúde – tanto física, quanto mental. Por meio dos grupos de praticantes, com orientação profissional, os atletas amadores compartilham uma paixão e, ao mesmo tempo, aumentam seu bem-estar. Entusiasta desse tipo de atividade, o Sesc Pelotas promove a 2ª Maratona Sesc de Pelotas, no dia 17 de novembro. A prova está com inscrições abertas.
Para o diretor do Sesc Pelotas, Luis Fernando Parada, é a oportunidade de participar de mais do que uma competição, mas uma verdadeira celebração. Com opções que vão desde uma caminhada de 2,7 km até a maratona completa, que percorre 42 km em um percurso que não repete nenhum trecho, atletas de diversos estados e até do Exterior já têm presença confirmada, vindos de países como Argentina e Uruguai.
– Como a prova é em um domingo e a sexta-feira anterior é feriado de Proclamação da República, o competidor pode chegar com calma, analisar o percurso, sentir a cidade e desfrutar do passeio com a família e os amigos – sugere Parada.
Em entrevista, ele fala mais sobre o evento e analisa os benefícios da prática da corrida de rua. Confira:
Qual a expectativa em relação à segunda edição da Maratona Sesc de Pelotas?
No ano passado, por ser a primeira, ficamos na categoria bronze da Confederação Brasileira de Atletismo. No entanto, devido ao sucesso do evento, passamos diretamente ao selo ouro. Isso quer dizer que se trata de uma prova de nível internacional, que pode habilitar os corredores às principais maratonas do mundo, aquelas que exigem um índice mínimo – como de Boston, Nova York ou Paris, entre outras.
São esperados três mil participantes, considerando todas as opções de percurso: caminhada de 2,7 km e corridas de 5 km, 10 km, 21 km e 42 km. Para isso, temos estrutura completa, incluindo ambulâncias, pontos de hidratação, posto médico, oferta de água, isotônico e frutas, apoio das forças de segurança e do hospital de referência, que é a Santa Casa de Pelotas.
A corrida ganha cada vez mais adeptos. Quais os principais benefícios dessa prática?
A gente percebe que, ao longo dos anos, é um esporte que tem aumentado muito o número de participantes. Nas primeiras corridas que organizamos pelo Sesc, ainda era uma novidade.
Talvez haja até um “modismo” – mas uma moda super bacana, que é de qualidade de vida, de se auto desafiar. É um esporte que oferece vários benefícios, inclusive na questão emocional, de reduzir o estresse com o suor da corrida. Eu, mesmo, uso muito para isso, gosto da sensação de liberdade e de me desafiar.
É uma forma de socialização?
As pessoas entram nos grupos de corrida pelo esporte e pela parte de socialização. É um fato muito importante, que o pessoal acaba se motivando. Se está com preguiça, outro puxa. Um motiva o outro. E tem essa questão das viagens. Agora, mesmo, teve a de Punta e foi uma galera daqui. O ambiente da prova de corrida é sensacional, uma energia inacreditável, só estando lá na hora da largada, naquela emoção, para saber. No esporte corrida de rua você compete consigo mesmo. Jamais vou entrar para querer ganhar alguma coisa, corro contra mim mesmo, me auto desafiando a fazer uma performance dentro da minha estratégia, que me atenda. Se eu não estiver tão bem, não prejudico uma equipe inteira.
Eventos como a Maratona Sesc de Pelotas têm um papel nesse contexto?
Com a maratona do ano passado, a gente percebeu um aumento no número de adeptos à corrida de rua. É claro que nem todos correm 42 km, mas se percebe que a influência da primeira maratona de Pelotas ocasionou isso. Também ouvimos relatos nesse sentido por parte das assessorias de corrida.
Na minha percepção, foi mesmo um pouco influenciado pela primeira edição. Hoje vejo que muita gente fala sobre a maratona – além dos atletas e da comunidade em geral, isso acontece com as empresas de fisioterapia, que colocam nos conteúdos de redes sociais, e com as assessorias de atletas, que convidam para uma preparação específica, com foco na maratona.
E o impacto disso para a cidade, como um todo?
A partir de eventos como esse, o Sesc faz um movimento da economia criativa, que é tão falada na cidade e na região. Vem muita gente, de tudo quanto é lugar. Vejo isso como fundamental, já que o Sesc é componente do Sistema Fecomércio, mantido pelos empresários. A gente faz a economia girar porque é a pessoa que vai começar a correr e comprar tênis, camiseta, vestimentas, fones, garrafinha, além de frequentar hotéis e restaurantes durante a semana da maratona. Então a gente consegue, de alguma forma, aquecer a economia dentro dessa proposta do turismo esportivo.
Quem pensa em ser maratonista um dia deve começar como?
Já vi muitas pessoas iniciando. Tem uma corrida que organizo pelo Sesc no Dia do Desafio, que é sempre na última quarta-feira de maio, desde 2003. Foi a primeira corrida noturna dessa ação, há mais de 20 anos, mas quando eu penso em parar de promovê-la, os atletas não deixam.
Já vi muita gente participar em função do inusitado, largar à meia-noite de terça para quarta-feira, tendo afazeres no outro dia. Muita gente começa por um percurso de 3 km, mais por curiosidade, e acaba dando continuidade na prática da corrida.
Tem essa coisa de que realmente as pessoas estão se auto motivando. Eu vejo que, quem quiser fazer qualquer esporte, mas especialmente a corrida de rua, primeiro deve ver se a saúde comporta, além de ter um bom tênis, fazer musculação – porque precisa estar com a musculatura em dia para não prejudicar principalmente o joelho. E começar lentamente.
De que formas o Sesc incentiva a prática de esportes, especialmente a corrida?
Estamos em um momento incrível, de realmente promover muito esporte, ação e saúde. Em instituições como a nossa, temos o desafio de tirar as pessoas da frente do computador. Não que seja ruim, todos devem estar conectados, mas temos o desafio de motivar as pessoas a fazerem práticas de esportes do jeito que possam, dentro do padrão de qualidade de vida e de saúde de cada indivíduo. Nossa missão é promover várias modalidades esportivas, ao ponto de chamar atenção das pessoas e cada um aderir ao esporte ou atividade física que gosta. O importante é não deixar de praticar, por uma questão de saúde.