Donald Trump planeja, tão logo seja empossado 47º presidente dos Estados Unidos, assinar mais de cem decretos, em uma campanha de choque nas políticas de segurança de fronteiras e deportações, entre outras prioridades do novo governo.
O principal assessor de Trump, Stephen Miller, apresentou aos senadores do Partido Republicano as medidas de segurança de fronteiras e aplicação de leis de imigração que provavelmente serão implementadas com maior rapidez.
— Haverá um número substancial — disse o senador John Hoeven, republicano da Dakota do Norte.
Aliados do presidente eleito estão preparando uma pilha de ordens executivas que Trump poderá assinar rapidamente, abrangendo uma ampla gama de tópicos — desde o fortalecimento da fronteira entre os EUA e o México, tarifas alfandegárias, políticas de gênero nas escolas, entre outras promessas de campanha para o primeiro dia (confira abaixo os principais temas).
Imigração
Donald Trump, que chama de "invasão" a entrada de estrangeiros sem visto no território americano, promete uma deportação em massa.
O senador James Lankford, republicano de Oklahoma, que liderou negociações sobre segurança de fronteiras e imigração no último Congresso, disse que "essa é a fruta mais fácil de colher":
— Pessoas que cruzaram recentemente, pessoas que estavam legalmente e cometeram outros crimes, pessoas que o tribunal ordenou que fossem removidas, isso dá bem mais de um milhão de pessoas.
Para colocar em prática a medida, Trump planeja declarar estado de emergência nacional assim que tomar posse e mobilizar o exército.
Com os decretos, os agentes federais de imigração teriam mais liberdade para prender pessoas sem antecedentes criminais.
Além disso, Trump prometeu acabar com a cidadania automática para aqueles nascidos nos EUA de pais que vivem ilegalmente no país.
— Temos que acabar com isso. É ridículo — disse Trump ao Meet the Press da rede de televisão NBC em dezembro.
Tarifas alfandegárias
"Em 20 de janeiro assinarei todos os documentos necessários para cobrar do México e do Canadá uma tarifa de 25% sobre TODOS os produtos que entrarem nos Estados Unidos e suas ridículas fronteiras abertas", escreveu no fim de novembro em sua rede Truth Social.
Outro país na mira é a China, a quem ele ameaçou aumentar em 10% as tarifas.
Perdão aos invasores do Capitólio
Em janeiro de 2021, uma multidão de apoiadores de Donald Trump invadiu o Capitólio para tentar impedir a certificação da vitória de Joe Biden. Muitos foram detidos, processados e condenados.
Em dezembro, Trump prometeu perdoar a todos na "primeira hora" do novo mandato. A fala foi proferida em uma entrevista divulgada pela Revista Time no dia 12 de dezembro, na edição que nomeou o político como pessoa do ano de 2024.
Perguntado se incluiria aqueles que cometeram atos violentos, Trump diz que analisará caso a caso, para ver "se alguns realmente estavam fora de controle", mas afirma que "uma grande maioria deles não deveria estar na prisão" e que "eles sofreram muito".
Energia
Integrantes de sua equipe de transição estão recomendando mudanças radicais para cortar o suporte a veículos elétricos e estações de recarga e fortalecer medidas que bloqueiam a importação de carros, componentes e materiais de bateria da China.
Os decretos de Trump provavelmente também tentarão reverter as regulamentações climáticas de Biden.
Ofensiva contra transgêneros
No fim de dezembro, Donald Trump prometeu "deter a loucura transgênero".
Além disso, disse que excluirá os transgêneros do exército e das escolas de educação primária e secundária.
Escritório no Capitólio
Durante a campanha eleitoral, Donald Trump chegou a cogitar ter uma "pequena mesa" no Capitólio no dia da posse, onde ele assinaria rapidamente suas ordens executivas.
Embora não haja sinais públicos de que ele esteja considerando isso, os senadores republicanos planejam recebê-lo no prédio após ele prestar o juramento de posse. Geralmente, o novo presidente assina os documentos necessários para nomeações formais de seu gabinete e indicações para cargos administrativos.