A rede estadual de ensino iniciou o ano letivo nesta quinta-feira (13), após adiamento provocado por uma liminar judicial. Segundo a Secretaria da Educação do RS (Seduc), estão matriculados para cerca de 700 mil estudantes.
Em Porto Alegre, a Escola Técnica Estadual Parobé recebeu os alunos do Ensino Médio com mensagens de boas-vindas e informações sobre uso de celulares e uniformes escolares.
A instituição, com 1,7 mil estudantes, fixou folhas de papel nas paredes com a indicação da lei federal que restringe o uso de celulares no ambiente.
— Ele trouxe o celular, mas sabe que aqui dentro é proibido mexer. Se é, tem que respeitar. Acho importante porque o Ensino Médio exige concentração e ele precisa estar focado — disse Débora Peixota, 42 anos, que acompanhava o filho, de 15, no primeiro dia na instituição.
Segundo a vice-diretora, Luciara Martins Goulart, a escola receberá, nas próximas semanas, armários para que os celulares sejam guardados antes do início das aulas e sejam devolvidos apenas no fim das atividades.
— Os alunos e pais estão cientes da lei. Nesse primeiro momento, sem os armários, estamos atuando na conscientização de todos — acrescentou.
Umas das razões para o deferimento da liminar que adiou as aulas, o calor ainda gerava queixas. Aluno do segundo ano do Ensino Médio, Bernardo da Luz, 16 anos, reclamou da estrutura do colégio para enfrentar o as altas temperaturas:
— As salas não têm ar-condicionado, então em algumas delas é bem complicado ficar — disse.
A escola foi alagada durante a enchente de maio do ano passado, o que gerou danos no telhado dos pavilhões e no prédio central.
Segundo a direção do Parobé, um estudo foi feito para a instalação de equipamentos de ar-condicionado, mas foi constatado que a rede não suportaria os novos aparelhos.
— Temos ventiladores em todas as salas e eles receberam manutenção. Sabemos que ventilador não é o suficiente, mas é o que temos ao nosso alcance — esclarece Luciara.
Os estudantes ainda não estão com uniformes no primeiro dia de aula de 2025; segundo a direção, as roupas devem chegar na próxima quinta-feira (20).
Adequações
A Escola Estadual Anne Frank, no bairro Bom Fim, fazia ajustes para se adequar à lei que restringe os celulares. A direção optou por armazenar os dispositivos embalados em um plástico com o nome de cada aluno e depositá-los em uma caixa, o que não ocorreu na entrada dos estudantes hoje.
— É algo novo (a lei) até para as escolas. Estamos também, aos poucos, fazendo nossas adaptações — disse Cláudia Gonçalves, diretora da instituição.
Segundo ela, a ideia é que a logística do recolhimento começasse durante esta quinta-feira. Os celulares serão colocados em uma sala e devolvidos aos alunos após o fim das atividades.
— Acho certo tirar o celular das salas, porque tem muita gente que se dispersa no estudo quando está usando. Mas é errado não deixar usar no recreio, não vejo sentido nisso, pois não estamos em aula — ponderou Maria Eduarda Cabreiro, 14 anos, aluna do nono ano.