
Interrompido desde o início do ano, o transporte escolar na zona rural de Uruguaiana, na Fronteira Oeste, tinha previsão de ser retomado nesta segunda-feira (31). No entanto, os ônibus da empresa contratada de forma emergencial pela prefeitura não estavam em estado adequado para o transporte das crianças e o serviço foi novamente suspenso.
No caso da Escola Municipal de Ensino Básico Patrício Lopes, o serviço chegou a voltar na última quinta-feira (27), mas foi suspenso no sábado (29) pela prefeitura, que notificou a empresa responsável pelos ônibus. De acordo com a diretora da escola, Rosângela Rodrigues de Ávila, a transportadora terá 72 horas para responder. A mãe de dois alunos da rede pública, Daniela Perez, conta que os veículos tinham goteiras e bancos sem cinto de segurança.
— Na última chuva, a minha filha chegou toda molhada em casa, chovia até dentro do ônibus. Sem cinto, a monitora despreparada... Olha, tá bem complicada a coisa — Daniela lamenta.
São aproximadamente 700 estudantes sem o serviço há mais de um mês e, portanto, sem aulas.
Dessa forma, o transporte segue funcionando somente para cerca de 400 alunos da zona rural, das regiões da Barragem Sanchuri e Crespo de Oliveira, que são atendidos por outra empresa.
A reportagem de Zero Hora procurou alguns diretores de escolas com as aulas suspensas, que afirmam que terão que realizar aulas nos sábados e no recesso de inverno para cumprir os dias letivos. Os diretores relatam também que receberam previsão entre amanhã e quarta-feira para o retorno do serviço.
Contraponto
A reportagem tentou contato com a prefeitura, mas não obteve retorno. O espaço está aberto para manifestação.
Contratação emergencial
O anúncio da retomada do transporte escolar na zona rural de Uruguaiana foi possível após uma contratação emergencial realizada por meio da Central de Compras e Contratações no dia 20 de março. A licitação que estava em andamento antes da contratação de emergência foi aberta somente um mês antes do início das aulas e relançada dois dias antes. Até a retomada parcial na segunda-feira passada (24), 1.128 alunos eram prejudicados pela falta de transporte.
Na ocasião, a prefeitura afirmou em nota que respeitou os prazos legais do processo e tem como prioridade a segurança dos alunos.
Produção: Fernanda Axelrud