
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) concluiu 35% da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) no Rio Grande do Sul. Iniciada em novembro, a apuração durará 12 meses em 5.320 domicílios de 165 municípios gaúchos.
O balanço foi divulgado na sexta-feira (4), em Porto Alegre. A expectativa é de que os dados sejam divulgados em 2026.
A POF é uma pesquisa por amostra realizada em todo o país para levantar informações sobre o orçamento das famílias — aquisições e receitas —, além das características nutricionais e as condições de vida da população. Ela também ajuda no cálculo da inflação. A última edição foi feita entre 2017 e 2018.
— Esse tipo de estudo dá subsídios para a elaboração de políticas públicas. Uma delas é a segurança alimentar, pois mostra a parcela da população que está vulnerável (...) O Ministério da Saúde pode implementar políticas para incentivar uma alimentação mais saudável, para reduzir a ida a hospitais — exemplifica Luis Puchalski, gerente substituto da gerência de planejamento e gestão técnica do IBGE no RS.
Segundo o instituto, nos setores rurais do Estado, os agentes já finalizaram o trabalho em 565 dos 1.428 domicílios previstos (39,5%). Nos setores urbanos, o índice chegou a 33,4%: foram visitados 1,3 mil de 3.892 dos imóveis projetados. No Brasil, até o momento, 36.759 dos 103.145 domicílios já foram visitados, o que representa 35,6% do total.
Como é feito o levantamento
A pesquisa dura 12 meses, para captar as flutuações de consumo em diferentes épocas — outros detalhes estão disponíveis no site do IBGE. As seguintes perguntas são feitas:
- Domicílios: tipo, número de cômodos, condição de ocupação, condições sanitárias
- Famílias e pessoas: relação entre as pessoas da família, condição de presença, sexo, idade e instrução (frequência à escola, nível de instrução)
- Consumo: aquisições com alimentação, habitação, vestuário, transporte, saúde e cuidados pessoais, educação, lazer e outras aquisições
- Rendimentos: rendimento (empregado, empregador, conta própria), transferências, rendimento de aluguel e outros rendimentos
- Nutrição: consumo pessoal de alimentos e bebidas
A pesquisa é mais extensa na comparação com o Censo Demográfico, realizado pelo IBGE em todo o Brasil a cada 10 anos. Informações para a POF são obtidas ao longo de nove dias.
Além de entrevistas, os participantes devem informar, em duas cadernetas, os gastos pessoais e do grupo familiar.
— A pessoa vai ao supermercado, faz as compras e registra no formulário. Ela também pode guardar o cupom fiscal e repassá-lo ao nosso entrevistador, para que ele ajude no preenchimento. Quanto mais refletir a realidade do grupo, melhor, porque vamos ter um retrato fiel do que as famílias consomem. É uma pesquisa que gera um alto custo, por isso é necessário a colaboração — acrescenta Puchalski.
Uma das novidades é a inclusão de questionamento sobre os gastos com sites de apostas.
— A edição anterior já tinha perguntas sobre isso, mas agora há também as bets, que são mais modernas. Tem-se percebido uma popularização de despesas com esse tipo de aposta, então a pesquisa achou importante fazer a inclusão para ver como isso está impactando no país — pontuou Carolina Rekowsky Lopes, coordenadora da POF no RS.
Como verificar se o pesquisador é do IBGE
Os moradores podem confirmar a identidade dos pesquisadores pelo portal Respondendo ao IBGE. A página permite que qualquer pessoa comprove a autenticidade dos agentes por meio do nome ou do número de RG, CPF ou matrícula, expostos no crachá do pesquisador. Outra opção é ligar para o telefone 0800-721-8181 e informar os dados do entrevistador.
Segundo Puchalski, todo o processo de fornecimento de informações é sigiloso e há também uma lei que impede a divulgação dos dados dos participantes.
— A informação que o morador passa não sai do IBGE. As pessoas não precisam se preocupar sobre o uso indevido: o único objetivo da coleta de dados é a produção estatística — finaliza.