
Se passar pelo Congresso Nacional este ano, a partir de 2026, as regras do Imposto de Renda para pessoa física terão mudanças. A principal delas é para quem ganha até R$ 5 mil por mês, pois passará a ser isento de tributação.
Já quem recebe entre R$ 5 mil e R$ 7 mil terá isenção parcial, ou seja, um desconto progressivo que vai diminuindo gradualmente.
Há quem possa se perguntar, nessa mudança toda: como fica quem é CTL? E aqueles que, além da carteira assinada, também movimentam renda extra?
GZH preparou perguntas e repostas para esclarecer esses pontos.
Proposta para o Imposto de Renda 2026
Sou CLT. Vou pagar mais Imposto de Renda?
Não. Os rendimentos são salariais, e o IR já são pagos na fonte, nada muda.
Sou CLT e ganho R$ 55 mil por mês. Vou ser mais taxado?
Não. Quem tem vínculo CLT já tem imposto retido na fonte. Nada muda.
Sou CLT, mas também faço "bicos" e recebo pagamentos via Pix, e meu total mensal ultrapassa R$ 50 mil. Serei taxado?
Não haverá tributação adicional sobre esse valor.
Por que a regra não se aplica a esses casos?
Porque a nova regra não afeta salários, honorários, aluguéis ou outras rendas já tributadas na fonte. A medida se aplica apenas a quem recebe rendimentos isentos, como dividendos de empresas.
Portanto, mesmo que o rendimento total anual ultrapasse R$ 600 mil, só haverá impacto se parte significativa desse valor vier de rendimentos isentos, como dividendos (parte do lucro de uma empresa que é distribuída aos seus acionistas).
Quanto os trabalhadores vão economizar por ano?
Por exemplo, um motorista que receba R$ 3.650,66 mensais poderá economizar aproximadamente R$ 1.058,72 ao ano. Já uma professora com salário mensal de R$ 4.867,77 terá uma economia anual de cerca de R$ 3.970,07. Um profissional autônomo com rendimento mensal de R$ 5.450,00 economizará R$ 3.202,44 por ano. Uma enfermeira com salário de R$ 6.260,00 poderá ter uma redução anual de R$ 1.821,95 no valor pago de Imposto de Renda
O que acontece com quem ganha entre R$ 5 mil e R$ 7 mil? Terá algum desconto?
Quem ganha esses valores vai pagar menos imposto do que paga atualmente porque terá isenção parcial, ou seja, um desconto progressivo que vai diminuindo gradualmente.
E para quem ganha mais de R$ 7 mil?
Pela proposta do governo, quem está entre os R$ 7 mil e os R$ 50 mil mensais continuará seguindo a tabela do Imposto de Renda nos moldes atuais — R$ 849,29 de imposto. Ou seja, não terá direito aos novos benefícios, mas também não será alvo da taxação adicional.
Tributação de altas rendas
Como medida compensatória, o projeto prevê a tributação mínima para altas rendas e para dividendos do Exterior.
A tributação funciona de forma progressiva e só começa a ser aplicada para rendimentos acima de R$ 600 mil por ano, somando:
- Salário
- Aluguéis
- Dividendos
- Outros rendimentos
Se a soma for menor que R$ 600 mil, o contribuinte não pagará nada. Se for maior, será aplicada a seguinte fórmula:
- (Renda anual – 600.000) / (600.000 x 10%)
A alíquota é limitada a 10%. Isso significa que quem tem renda anual de R$ 1,2 milhão ou mais vai pagar um imposto de R$ 120 mil.
Ainda segundo o Ministério da Fazenda, ficam de fora do cálculo os seguintes rendimentos:
- Ganhos com poupança
- Títulos isentos
- Herança
- Aposentadoria e pensão de moléstia grave
- Venda de bens
- Outros rendimentos mobiliários isentos
- Indenizações
O imposto mínimo considera o que já foi pago. Conforme o governo, se o contribuinte com R$ 1,2 milhão anuais pagou 8% de IR, terá que pagar apenas mais 2% para atingir os 10%. Já se o contribuinte com R$ 2 milhões já pagou 12% de IR, não pagará nada a mais.