Depois da enchente, as datas comemorativas têm papel ainda mais importante para o varejo, que busca se manter após a parada forçada. O Dia dos Pais, celebrado no próximo 11 de agosto, é uma das apostas. A data pode movimentar R$ 735 milhões em vendas no Estado, conforme projeção da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Rio Grande do Sul (FCDL-RS). O incremento é de 5% sobre o ano passado.
Somente na Capital, são esperados R$ 222 milhões na economia, conforme projeção do Sindicato dos Lojistas de Porto Alegre (Sindilojas POA).
No comércio, onde as lojas chegaram a ficar mais de um mês fechadas, o presidente da CDL Porto Alegre, Írio Piva, diz que o momento é positivo, mesmo com as adversidades. Pesquisa da entidade indica que o tíquete médio gasto com os presentes deve ser de R$ 266,81 neste ano.
Além de um empurrão do clima, que trouxe o frio típico para ajudar na venda de itens da estação, outros fatores ligados à tragédia climática resultaram em movimentação no varejo. A reposição de itens fez girar o setor.
— Evidente que há negócios ainda com dificuldade, mas o varejo está vivendo um bom momento. O retornar para casa no pós-inundação mexeu com as vendas, com a substituição de itens que se perderam ou que foram doados para quem precisava — observa o presidente da entidade, mencionando também o valor do pagamento de auxílios que vai para o consumo e, consequentemente, para o varejo.
Dentre os destaques da pesquisa de Dia dos Pais, Piva chama atenção para o dado de que 57,1% dos consumidores afirmam que a compra será planejada com antecedência:
— Parece que tem algo diferente este ano, dos consumidores não agindo no impulso. São pontos sutis que indicam algum planejamento financeiro.
Da mesma forma, os consumidores parecem mais dispostos a pagarem com Pix, o que também indica organização nas finanças pessoais. Além disso, as lojas têm promovido desconto para quem opta pelo pagamento à vista da modalidade instantânea.
— É outro sinal de que a pessoa se programou para esta compra. Pagar à vista é muito bom para a loja, porque ajuda no capital de giro e reduz as taxas da operação. E é justo transferir essa vantagem para o consumidor — diz Piva.
O que diz a pesquisa da CDL:
- Os shoppings serão o local de compra dos presentes para mais da metade dos entrevistados (50,8%), seguidos de outros 20,8% que comprarão pela internet. Já 18,5% farão as compras em lojas de rua.
- R$ 266,81 é o valor do tíquete médio esperado para a data.
- 43,9% dos consumidores devem pagar no cartão de crédito. Outros 25,1% apontaram o Pix como forma de pagamento.
- Para 42,6%, a faixa de preço do presente será entre R$ 101 e R$ 200. E entre R$ 201 e R$ 500 para 24,4% dos entrevistados.
- Roupas (58,1%), perfumaria e cosméticos para barba (18,5%) e calçados (10,2%) lideram as preferências para presente.
- 49,5% dos entrevistados irão comprar o presente na semana do Dia dos Pais, seguido de 28,4% que irão comprar duas semanas antes da data comemorativa.
- 57,4% responderam que o presente principal será para o pai, enquanto 23,8% darão o presente para o marido.