Na contramão do país, a região metropolitana de Porto Alegre registrou recuo no custo de vida. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado inflação oficial do país, caiu 0,13% em março. A retração ocorre após alta observada em fevereiro (0,52%). A Grande Porto Alegre é a única região pesquisada com queda do indicador em março, segundo o levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado na manhã desta quarta-feira (10).
Cinco dos nove grupos pesquisados no IPCA apresentaram alta. Com peso importante no indicador, o grupo de alimentação e bebidas anotou alta de 0,13%. Esse patamar mostra desaceleração ante fevereiro, quando avançou 0,70%. O IBGE aponta que a queda nos preços da batata-inglesa (-18,42%) e da gasolina (-2,41%) influenciaram o índice na Região Metropolitana.
O economista-chefe da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Porto Alegre, Oscar Frank, afirma que um ambiente melhor para a produção de alimentos no Estado neste ano após estiagens severas pode ajudar a explicar a deflação na Região Metropolitana. Mesmo que o preço dos produtos dependa de uma série de fatores, como relações com outros Estados e movimentos internacionais, a ajuda nas condições de produção colabora, segundo Frank:
— Tem, possivelmente, um sinal de uma safra de grãos muito mais próxima de um padrão normal. Isso acaba gerando maior disponibilidade em termos de oferta e uma dinâmica de preços mais benigna.
País
No Brasil, a inflação voltou a desacelerar com alta de 0,16%. O resultado apresenta perda de ritmo ante fevereiro, quando ficou em 0,83%. O segmento de alimentação e bebidas apresentou a maior alta entre os nove grupos que fazem parte do IPCA, com avanço de 0,53% em março. Mesmo assim, o ramo de alimentos apresentou movimento abaixo do observado em fevereiro. O IBGE informa que problemas relacionados às questões climáticas fizeram os preços dos alimentos, em geral, aumentarem nos últimos meses. Já em março os preços seguem subindo, mas com menos intensidade.