O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou na manhã desta terça-feira (23) que uma discussão para um programa de refinanciamento de dívidas tributárias, conhecido como Refis, deve ser iniciada no segundo semestre. Segundo Maia, o Refis "não é um bom instrumento", e ele disse esperar ser o último programa desse tipo.
Em entrevista para a MoneyWeek, um evento sobre investimentos, Maia afirmou que um novo programa que permita que empresas renegociem suas dívidas com a União deve ser necessário para socorrer as que tiveram problemas com a crise do coronavírus.
— O Refis não é um bom instrumento, mas, em um momento como este, de pandemia em que a atividade econômica vai cair muito rápido, de forma muito abrupta, certamente será necessário — afirmou Maia.
Ele estima que a discussão se dê em conjunto com a reforma tributária, que deve ser votada já em agosto, segundo previsão de Maia.
— No segundo semestre, quando vamos ter mais clareza do tamanho das dívidas das empresas, somada à discussão da reforma tributária, a gente consegue fazer uma discussão mais ampla e resolver esse Refis, que espero que seja o último — afirmou.
Maia ressaltou que um novo Refis deverá ser completamente focado no período da pandemia. O último programa de refinanciamento de dívidas tributárias foi aprovado no Congresso em 2018.
— Óbvio que nós já fizemos Refis no passado, há dois anos. Certamente não há necessidade de nenhum outro que não seja focado no período da pandemia, a partir de 20 de março, quando as empresas tiveram uma queda muito grande do seu faturamento — ressaltou.