
Os leilões de 42 aeroportos nos próximos quatro anos devem terminar com a concessão de Santos Dumont, no Rio de Janeiro, e Congonhas, em São Paulo. A declaração foi dada pela secretária de Planejamento, Desenvolvimento e Parcerias do Ministério da Infraestrutura, Natália Marcassa, nesta quinta-feira (22), no evento "Brasil de Ideias", realizado em São Paulo pelo Grupo Voto.
— A ideia é deixar por último esses dois aeroportos (Santos Dumont e Congonhas). Porque o que tivermos problema em licitação de alguns, esses aeroportos conseguem compensar — afirmou.
Com os leilões dos 42 aeroportos, a Infraero deve ficar apenas com serviços pequenos e pode até ser liquidada, disse a secretária.
— Nossa expectativa é que a Infraero fique com muito pouco serviço, e "revocacionamos" ela para pequenos serviços ou liquidamos mesmo inteiro — disse.
De acordo com dados apresentados pela secretária, a previsão de investimento para os aeroportos é de R$ 10,2 bilhões, dos quais R$ 4,99 bilhões devem ficar na 6ª rodada, que termina no fim de 2020, e R$ 5,29 bilhões na 7ª rodada, com fim em 2022.
Em relação aos portos, a secretária afirmou que para o ano que vem há projeção de quatro arrendamentos portuários no Porto de Itaqui, no Rio Grande do Sul, e mais dois arrendamentos no Porto de Santos, em São Paulo. No caso das ferrovias, Marcassa afirmou que o governo pretende expandir a participação deste modal dos atuais 15% para 30% até o fim de 2022. Segundo a secretária, serão investidos R$ 56 bilhões, sendo R$ 40 bilhões em renovações de contrato e R$ 16 bilhões em novas concessões.
A defesa pela imagem do Brasil verde esteve presente no discurso da secretária. Ao comentar sobre o impacto da ferrovia na meio ambiente, Marcassa afirmou que mais da metade da mata nativa do país não foi desmatada.
— O Brasil tem 66% de mata nativa, nós somos um dos países mais verdes do mundo. Temos apenas 30% de área desmatada, os outros 4% é onde moramos. Então não dá para falar que não somos verdes — defendeu.