
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse, nesta quarta-feira (13), apostar na vitória de um candidato, nas eleições presidenciais do ano que vem, que priorize uma agenda de mudanças modernizantes na economia brasileira, que gerem emprego, reduzam a inflação e juros, melhorem a qualidade de vida da população, foquem nas reformas necessárias que o país precisa e fujam das bandeiras populistas. Indagado se ele seria este candidato, como condutor da economia brasileira, Meirelles voltou a dizer que tomará uma decisão a respeito disso apenas entre final de março e começo de abril do próximo ano.
— Agora é foco total na economia, gosto de olhá-la com números, e estamos na direção certa — destacou Meirelles em entrevista à Rádio Guaíba.
Ao falar de suas ações para a criação empregos, manutenção da inflação, juros em níveis mais baixos e consolidação do crescimento, ele disse que a atual agenda econômica é liberal e vem contribuindo para reduzir o tamanho do Estado.
— Com o estabelecimento do teto dos gastos públicos, o tamanho do governo federal, que já foi superior a 20%, chegará a 15% do PIB.
O ministro da Fazenda disse ainda que isso contribui para muitos avanços, inclusive a redução de impostos.
— O brasileiro não aguenta pagar mais imposto, mas agora estamos no caminho certo, da modernização da economia.
Indagado sobre a possibilidade de disputar o Palácio do Planalto tendo como concorrente o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de quem foi presidente do Banco Central, Meirelles disse que mantém uma relação cordial e de amizade com o petista, que o convidou para ser a autoridade monetária de seu governo. Apesar disso, Meirelles pontuou que os dois têm pontos de vista diferentes.
— Não concordo com a atual retórica de Lula — disse, reiterando que sob sua batuta, o país está voltando ao rumo certo, depois de enfrentar uma das maiores crises de sua história.
O ministro da Fazenda foi questionado também sobre como seria uma eventual disputa entre "criatura e criador", no caso Lula, que o alçou à vida pública como presidente do BC de sua gestão. Meirelles refutou tal comparação e deixou claro que, ao ser convidado para integrar a equipe do então governo petista, como presidente do Banco Central, já tinha uma carreira bem consolidada, inclusive em nível internacional.
— Quando Lula me chamou, me deu total autonomia para resolver os problemas do país, o que foi bom para ele e para o governo dele, pois sempre respeitou minhas decisões no BC, mesmo não concordando às vezes. Agora, o Brasil está indo tão bem ou melhor (do que na gestão de Lula).
Sobre o debate que estará em pauta no pleito presidencial do ano que vem, Meirelles disse que "é simples":
— Ou vamos manter a presente política que está dando certo, de crescimento e geração de emprego, ou vamos voltar atrás em políticas recessivas e gerar desemprego.
Meirelles aproveitou a entrevista para alfinetar outro potencial concorrente, o deputado Jair Bolsonaro, dizendo que, até o momento, ele não esclareceu qual será o seu projeto econômico.
— Não está clara a linha econômica de Bolsonaro, espero que ele coloque isso com clareza.