Com os movimentos de Joaquim Levy para encaminhar sua saída do Ministério da Fazenda, o nome do ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, desponta como favorito para assumir a vaga. Ele segue a linha desenvolvimentista, que agrada a presidente Dilma Rousseff, e acalmaria os militantes petistas e os movimentos sociais, que passaram o ano em meio a protestos contra a política de ajuste apresentada para enfrentar a crise econômica.
Essa mudança propiciaria uma alteração em toda a equipe econômica, abrindo espaço para que o senador Romero Jucá assumisse o atual lugar de Barbosa, atendendo a uma reivindicação do PMDB no Senado e à necessidade de maior sintonia com o Congresso. Presidente do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV), Luiz Schymura também é citado para a vaga, que poderia ser na Fazenda ou no Planejamento. Nesse caso, conta a seu favor o bom entendimento com Barbosa. Foi Schymura que levou o atual ministro do Planejamento para a FGV quando Barbosa cansou de bater de frente com Mantega, de quem era o número 2 na Fazenda.
Confira quais os principais nomes especulados para a Fazenda
NELSON BARBOSA
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Os petistas trabalham arduamente para que Dilma opte por uma solução caseira, limitando-se a transferir Nelson Barbosa do Planejamento, para a Fazenda. Essa ideia, no entanto, é rejeitada por muitos outros setores do governo. O que reforça a tese de Barbosa é o fato de que, até agora, ele se impôs a Levy em todas as decisões sobre a condução da política econômica. Ou seja, na prática, já é o comandante da equipe econômica.
OTAVIANO CANUTO
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Nesta semana, chegou-se a dizer que o currículo de Otaviano Canuto, diretor executivo do Fundo Monetário Internacional (FMI), estava sobre a mesa do gabinete da presidente Dilma no Planalto, para apreciação. Ele poderia se tornar um nome alternativo, caso Dilma opte por não confirmar Barbosa, porque Canuto também segue a linha desenvolvimentista e tem criticado o modelo de ajuste de Levy.
ARMANDO MONTEIRO
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O ex-presidente Lula, que vinha insistindo em emplacar o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles, agora demonstra simpatia pelo senador Armando Monteiro, atual ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Um grupo de senadores também trabalha por Monteiro, que também é ex-presidente da Confederação Nacional de Indústria (CNI). Lula já conversou com uma série de pessoas sobre Monteiro. O fato de ser um político cordato, com jogo de cintura, conta a favor. O fato de não ser um homem de mercado – nem ter apoio maciço do empresariado –, pode pesar contra. No Congresso, corre um rumor que Monteiro quebra toda empresa que administra. Mas a abertura de uma vaga na Esplanada para acomodações políticas também ajudaria na decisão pelo nome.
JAQUES WAGNER
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Ministro da Casa Civil, Jaques Wagner confirmou na manhã de sexta-feira, em tom de brincadeira, que seu nome circula como um dos cotados para substituir Levy. Em entrevista, ele afirmou que "quem banca a política econômica" é a presidente, não o ministro da Fazenda. O nome dele ganha força, porque o governo está com dificuldades para encontrar uma saída que não seja a solução caseira.
*Zero Hora, com Estadão Conteúdo