A projeção de instituições financeiras para o encolhimento da economia em 2015 teve a oitava alta seguida, conforme informações do boletim Focus, divulgadas na manhã desta terça-feira. A estimativa para a queda do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país, chegou a 2,44%. Na semana passada, estava em 2,26%. Para 2016, o cálculo de retração passou de 0,4% para 0,5%, no quinto ajuste consecutivo.
O boletim Focus é uma publicação semanal elaborada pelo Banco Central (BC), com base em projeções de instituições financeiras para os principais indicadores da economia. Já na avaliação do mercado financeiro, a produção industrial deve apresentar retração de 6% neste ano, contra 5,57% previstos na semana passada. Em 2016, a expectativa é de recuperação do setor, com crescimento de 0,72%, ante a previsão anterior de 0,89%.
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Em 2015, a inflação deve superar a meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (4,5%, com limite superior de 6,5%). A estimativa das instituições financeiras para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) neste ano foi ajustada de 9,28% para 9,29%. Em relação a 2016, a projeção passou de 5,51% para 5,58%.
Para tentar trazer a inflação para a meta, o Banco Central elevou a taxa básica de juros, a Selic, por sete vezes seguidas. Depois do ciclo de alta, na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), na semana passada, a Selic foi mantida em 14,25% ao ano.
No âmbito das instituições financeiras, a Selic deve permanecer em 14,25% ao ano até o fim de 2015 e ser reduzida em 2016. A projeção mediana para o fim de 2016, que desconsidera os extremos da estimativa, segue em 12% ao ano.
Entenda o que é a taxa Selic
A taxa Selic é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve como referência para as demais taxas de juros da economia. Ao reajustá-la para cima, o Banco Central contém o excesso de demanda que pressiona os preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Quando reduz os juros básicos, o Copom barateia o crédito e incentiva a produção e o consumo, mas alivia o controle sobre a inflação.
Ao manter a Selic, o BC indica que ajustes anteriores foram suficientes para produzir os efeitos esperados na economia. Para o Banco Central, os efeitos de elevação da Selic se acumulam e levam tempo para aparecer.
O boletim Focus também traz a projeção para a inflação medida pelo Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI), que subiu de 7,69% para 7,75% neste ano. Em relação ao Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M), a estimativa passou de 7,61% para 7,63% em 2015. O cálculo para o Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe) subiu de 9,23% para 9,33% em 2015.
Já a projeção para a cotação do dólar ao final deste ano foi ajustada de R$ 3,50 para R$ 3,60. Para o fim de 2016, a projeção passou de R$ 3,60 para R$ 3,70.
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