Desde que avisou que, para não perder a concessão de distribuidora, a CEEE-D terá de passar por "mudanças drásticas", o presidente da companhia, Paulo de Tarso Pinheiro Machado, tem participado de longas reuniões com sua diretoria. Algumas medidas até já foram adotadas, como o Programa de Desligamento Incentivado (PDI) aberto em 15 de junho. O alvo é um grupo de 186 funcionários tanto da CEEE-D quanto da CEEE-GT que estão em condições de se aposentar, pelas regras do INSS. Além do benefício da Previdência oficial, eles têm complementação oferecida pela Fundação CEEE e vantagens adicionais.
Só na distribuidora estatal, há 170 funcionários acima do número que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) reconhece como gasto necessário com pessoal.
Esse excesso não é reconhecido para efeitos de reajuste de tarifa - um dos motivos pelos quais os aumentos autorizados pela Aneel para a CEEE ficam sempre abaixo de suas congêneres RGE e AES Sul.
Para manter concessão, CEEE estuda vender sede
CEEE corre risco de perder concessão
Leia todas as últimas notícias de Zero Hora
O principal objetivo das medidas - que Pinheiro Machado considera "dramáticas" por nunca terem sido aplicadas antes - é virar o sinal da geração de caixa da CEEE-D, que ele chama de "poupança interna".
O indicador chamado de Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) é negativo. Isso significa que, sem contar passivos históricos da empresa, a operação cotidiana da distribuidora dá prejuízo.
- Queremos resgatar a poupança interna da companhia - justifica o executivo.
O conjunto de medidas deve estar delineado até o final de julho, e inclui um "redesenho organizacional" da companhia. Não há alternativa de "milagre", segundo Pinheiro Machado, porque a CEEE não pode contar com aporte de capital do controlador, como preveem as regras da Aneel para o caso de descumprimento das metas exigidas para renovar a concessão:
- O resultado das medidas endógenas será um aporte de capital. Chegou a hora da verdade.