A ampliação de 920 metros na pista do aeroporto Salgado Filho, obra reivindicada há quase duas décadas como um caminho para amenizar gargalos da infraestrutura gaúcha, pode ser definida nesta terça-feira. Para insistir no projeto, o prefeito José Fortunati participará de uma reunião com o presidente da Infraero, Antônio Gustavo Matos do Vale.
O chefe do Executivo da Capital deve ser recebido por Vale às 11h, em Brasília. Fortunati pretende entregar ao presidente da Infraero um ofício reafirmando que todas as providências necessárias ao início da obra, como a desocupação da área, já foram tomadas. O documento também contém dados que justificam o empreendimento, que gerou polêmica depois que o ministro da Aviação Civil Eliseu Padilha disse "não ter necessidade".
Em visita a Porto Alegre para uma reunião com Fortunati no mês passado, Padilha afirmou que o Rio Grande do Sul ainda não produz um volume de carga que justifique a ampliação da pista. Dias depois, após o episódio em que um avião da Azul teve de fazer pouso de emergência na Base Aérea de Canoas, o que não aconteceria caso a pista do Salgado Filho estivesse ampliada, o ministro voltou atrás em seu discurso. Em nota, Padilha afirmou que o incidente mostrou "a necessidade de maior espaço no aeroporto".
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Mesmo sem sair do papel, a obra já custou R$ 121 milhões aos cofres públicos. A área necessária para o início das obras está à disposição do governo federal desde janeiro de 2011. Conforme a Prefeitura, 922 famílias foram retiradas da Vila Dique e receberam novas moradias. Outras 1.777 famílias da Vila Dique e da Vila Nazaré também serão beneficiadas com o programa habitacional, segundo o Executivo.
O município também removeu ou rebaixou grande parte dos obstáculos apontados pela Infraero para garantir a plena operação da pista quando estiver pronta. Restam apenas dois obstáculos que estão em processo de remoção ou rebaixamento e que serão adaptados até o final das obras.
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O presidente da Câmara Brasileira de Logística e Infraestrutura, Paulo Menzel, afirmou que o Rio Grande do Sul perde US$ 3,3 bilhões por ano em cargas aéreas por causa do tamanho da pista do Salgado Filho, que atualmente não comporta pousos e decolagens de aviões cargueiros.
- Com um quilômetro a mais de pista, poderíamos ter uma linha semanal cargueira. Nós levamos cem toneladas por semana de cargas aéreas para Guarulhos e Viracopos. A demanda existe, falta infraestrutura - argumentou Menzel.
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O dirigente disse que, quando há infraestrutura, a demanda aumenta exponencialmente, não o contrário. Para Menzel, a ampliação da pista é urgente. Ele explicou que a construção de um novo aeroporto com capacidade para aviões cargueiros, o 20 de Setembro, demoraria 20 anos - isso se as obras iniciassem imediatamente.
- Não temos 20 anos para esperar. A receita com a carga aérea pagaria em menos de um ano o investimento com a ampliação da pista - afirmou.
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Fernanda da Costa
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