A presidente Dilma Rousseff disse, nesta quarta-feira, que o governo não tem como baixar o preço do diesel. A redução é uma das reivindicações dos caminhoneiros que bloqueiam rodovias de pelo menos nove Estados do país desde domingo.
- O governo não tem como baixar o preço do diesel - disse ela, após participar de cerimônia de entrega de casas do programa Minha Casa, Minha Vida em Feira de Santana (BA).
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A presidente defendeu a política de preços do governo para os combustíveis, que não é diretamente vinculada à cotação internacional do petróleo, e disse que a estratégia será mantida.
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- Passamos 2013 e 2014 sob um conjunto de críticas dizendo que governo e Petrobras tinham que elevar preço (dos combustíveis). Não elevamos, passamos todo o período de US$ 100 a US$ 120 o barril sem mexer significativamente nos preços. E agora também não mexemos, o que fizemos foi recompor a Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico), e não elevamos uma vírgula o preço, nem abaixamos. A política sempre é melhor quando ela é estável, o que não é possível é submeter o país à política dos preços do petróleo - argumentou.
"Faço ajustes no meu governo como a dona de casa"
Ao defender as medidas de ajuste fiscal promovidas pela equipe econômica neste segundo mandato, a presidente Dilma Rousseff disse, nesta quarta-feira, que promove "algumas correções", "como uma mãe, como uma dona de casa" faz com o orçamento doméstico.
- Precisamos fazer ajustes e faço ajuste no meu governo como a dona de casa faz na casa dela - disse.
Dilma defendeu a necessidade dos ajustes, que, segundo ela, são feitos para melhorar e focar os programas sociais, "garantindo oportunidades".
- Essas correções dizem respeito ao fato de que para o Brasil é muito importante focar os programas sociais. Fazer com que se beneficie só quem precisa deles - disse a presidente, que garantiu que a mudança de rota não paralisará os programas sociais do governo.
Sobre o Minha Casa, Minha Vida, por exemplo, a presidente garantiu que as moradias da terceira fase do programa serão melhores do que as que são entregues hoje.
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A presidente tratou as medidas como ajustes que propiciarão a retomada de "um novo ciclo de desenvolvimento econômico para gerar mais emprego, mais renda e fazer com que o Brasil continue a crescer de forma acelerada". As viagens da presidente Dilma pelo Brasil são parte de uma estratégia para a retomada de sua popularidade. Para uma plateia formada por muitos beneficiários do Minha Casa, Minha Vida, Dilma explicou as medidas impopulares:
- Eu tenho coragem suficiente para fazer as mudanças que são necessárias. Só tenho o compromisso com a população e a cidadania deste país, com o povo pobre deste país.
Dilma prometeu ainda a implantação do programa Mais Especialidades, outra promessa de campanha. A entrega de 920 casas do Minha Casa, Minha Vida é o primeiro ato da campanha positiva que o Palácio do Planalto tenta implantar para recuperar a popularidade de Dilma. Além da visita à Bahia, Dilma já tem marcada uma viagem ao Rio de Janeiro no próximo domingo, 1º de março, onde participa de comemorações pelos 450 anos da cidade.