De repente, chega o ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha, com 10 dias no cargo, e anuncia que a ampliação da pista do Salgado Filho não será mais feita. Os 920 metros a mais, que proporcionariam operação segura a aviões de maior porte, principalmente cargueiros, existem na forma de promessas e projetos há pelo menos 15 anos.
R$ 121 mi foram gastos em pista que não será ampliada no Salgado Filho
Os desafios do terminal em Portão
O presidente Fernando Henrique Cardozo - em cujo governo, aliás, Padilha foi ministro dos Transportes - anunciou recursos para a pista ser ampliada em 2001. De lá pra cá, a sociedade mostrou, com base em estudos, por que era importante a extensão da pista até 3,2 mil metros, permitindo a decolagem de aviões com produtos nacionais ao Exterior.
O comprimento limitado não deixa grandes jatos decolarem abarrotados de mercadorias e tanques cheios. Para Padilha, a indústria gaúcha ainda não mostrou potencial exportador que mereça pista maior. Está certo que o desempenho industrial vem minguando e as exportações, por ora, encolhendo. Mas isso tem mais a ver com o quadro nacional. Como ensinam os manuais de economia, uma forma de se dar bem quando o mercado retomar a força compradora é estar preparado, e um aeroporto melhor faz parte dessa estratégia.
Aeroporto Salgado Filho não terá pista ampliada, diz Padilha
Padilha diz que obras no Salgado Filho são prioridade
Em vez de investir no velho Salgado Filho, o ministro fala em um novo terminal. Não deixa de ser interessante, mas já vimos obras de porte menor, como viadutos, se arrastarem por anos. Só a nova ponte do Guaíba vai para o quinto ano de promessa. Imaginem quanto levaria um moderno aeroporto.
Infraero adia decisão sobre ampliação de pista do Salgado Filho
Leia mais notícias de Zero Hora