Em entrevista à Rádio Gaúcha, na manhã desta sexta-feira, o ministro da Secretaria da Aviação Civil da Presidência da República, Eliseu Padilha, afirmou que foi mal compreendido em suas manifestações sobre ampliação da pista do Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre.
Há uma semana, em evento na capital gaúcha, Padilha havia anunciado que o governo federal não vê necessidade de investir no prolongamento da pista por falta de demanda de carga. Na última quinta-feira, três dias após um voo da Azul fazer pouso de emergência na Base Aérea de Canoas - a aeronave apresentou problemas no freio, e a pista do Salgado Filho poderia ser muito curta nesta situação -, no entanto, o ministro emitiu uma nota, afirmando que havia solicitado que a Infraero "avaliasse a conveniência e oportunidade de ser dado andamento ao projeto de ampliação da pista".
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A nota emitida foi interpretada como um recuo do ministro em relação a sua manifestação anterior. Na Gaúcha, nesta manhã, no entanto, Padilha disse que não mudou de opinião. Segundo ele, o prolongamento da pista do aeroporto nunca saiu dos planos do governo, e que comunicado à Infraero seria um pedido para fosse considerado outro argumento para dar prioridade às obras: a segurança dos voos, em vez da demanda de carga.
- A obra nunca foi revogada. Ela está no plano diretor do Salgado Filho e seria feita em mais ou menos dia. Apenas pedi que seja feita em menos dias e que se coloque em primeiro lugar a segurança dos passageiros, que é mais importante do que a demanda de carga - afirmou o ministro.
Segundo Padilha, a obra é um "compromisso" da Infraero com a nação brasileira. O órgão, no entanto, teria partido de uma "premissa equivocada", que não estava justificando a obra. Se o argumento da segurança nos voos tivesse orientado as discussões desde o início, todo o processo poderia estar mais adiantado, e essa "má interpretação" não ter ocorrido, acredita o ministro.
- Se a Infraero tiver um motivo a mais para esperar, ela vai esperar. Tem tantos outros (aeroportos) mais urgentes. Enfim, tem demanda de 20 para cada real disponível - afirma.
Na última quinta-feira, o prefeito José Fortunati comemorou a nota emitida pela Secretaria da Aviação Civil e disse que "as obras poderiam começar amanhã", alegando que a presença de 1,8 mil famílias no entorno do aeroporto não seria um problema para a expansão da pista. Padilha concorda que as obras podem começar, mas não têm como serem finalizadas sem a desocupação da área. Além disso, o ministro informou que o projeto ainda não passou pelo Conselho de Administração da Infraero.
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* Zero Hora com informações da Rádio Gaúcha
Aeroporto de Porto Alegre
"A obra nunca foi revogada", diz Padilha sobre ampliação da pista do Salgado Filho
Ministro da Aviação Civil sugere ter sido mal compreendido em suas manifestações sobre as obras do aeroporto
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