Os próximos leilões para contratação de energia eólica devem vir acompanhados de regras mais rígidas para as empresas que entrarem na disputa. Mudanças em fase final de estudo devem ser valer nos próximos pregões: um para contratação de energia reserva e outro para geração em 2016.
A primeira mudança que o governo pretende implantar trata da garantia física dessas geradoras, que é o volume de energia disponível para comercialização. Atualmente, essas empresas têm obrigação de assegurar que entregarão 50% de sua capacidade total. Depois da mudança, os novos contratos exigirão que tenham condições de gerar ao menos 90% do que têm de garantia.
Para a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), isso deve fazer com que os empreendimentos façam cálculos mais realistas.Para as empresas,a mudança torna os leilões mais restritivos. Ao comparar dois parques geradores, sendo um licitado pelo modelo anterior e outro sob as novas regras, seria como dizer que o antigo poderia vender mais energia que o outro.
A própria EPE já imagina que o reflexo direto será o aumento de preço para a nova energia comercializada.
- Não tenho dúvidas de que esse aumento (de preços) ainda fará da eólica um bom negócio. Ainda será competitiva. Esta é só uma maneira de contratar com maior segurança - destacou Maurício Tolmasquim, presidente da EPE.
A segunda mudança trata de impor às eólicas a responsabilidade por escoar a energia que for produzida. Atualmente, isso é feito em duas etapas: a de implantação do parque e a de construção das centrais coletoras, as linhas que carregam a energia até o sistema interligado. O ideal é que essas centrais fiquem prontas antes da energia começar a ser gerada.