Nos três primeiros meses de 2013, acentuou a queda no número de empregos domésticos na Região Metropolitana de Porto Alegre. Mesmo antes da aprovação das novas regras do trabalho doméstico, o mercado já dava sinais de aumento na procura por diaristas.
Os dados da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) mostram que desde abril de 2012, o trabalho como mensalista vem recuando na Região Metropolitana. A maior queda ocorreu em março. Enquanto o nível de ocupação geral caiu 0,5% em relação ao mês anterior, o emprego doméstico teve retração de 3,3%, equivalente a 3 mil postos de trabalho. Em 12 meses, são 10 mil vagas a menos.
A queda no número de trabalhadores no setor não significa, no entanto, aumento no número de demissões. Segundo Ana Paula Sperotto, coordenadora da PED pelo Dieese/RS, a redução é causada pela migração dos trabalhadores para outros empregos, mais bem remunerados.
- Quanto mais aquecido está o mercado de trabalho, menor é o índice de emprego doméstico. As pessoas escolhem outros tipos de serviços quando têm chance - explica.
Conforme a presidente do Sindicato das Empregadas Domésticas de Porto Alegre, Salete Silveira, a diminuição no número de profissionais com carteira assinada é um movimento observado há algum tempo. É preferência por rendimentos maiores como diaristas do que a estabilidade das mensalistas.
Donos de empresas de recrutamento voltadas exclusivamente para o segmento de empregados domésticos na Capital também percebem aumento na procura por diaristas. Com a alta nos custos para contratar uma mensalista, as famílias optam por profissionais que atuam no máximo duas vezes por semana em cada lar. O Centro do Trabalhador Autônomo, vinculado à Fundação Gaúcha do Trabalho e Ação Social também registrou aumento na procura por profissionais autônomos.