O presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto Castro, estima que a perspectiva de melhora da economia mundial somente em 2014, sobretudo para a zona do euro, deverá provocar uma queda do superávit das exportações sobre as importações do país de US$ 19,438 bilhões em 2012 para US$ 14 bilhões em 2013.
- A Europa é responsável por 35% da corrente comercial do mundo. E o cenário para o continente é ruim para este ano, com aumento do desemprego e redução da quantidade dos produtos internacionais, o que inclusive poderá reduzir cotações de produtos que vendemos para fora - comenta.
Castro projeta que, neste ano, as exportações deverão cair 1%, baixando de US$ 242,58 bilhões para US$ 239 bilhões. Quanto às importações, Castro estima uma alta de 0,4%, de US$ 223,14 bilhões no ano passado para US$ 225 bilhões.
- Mas, dependendo das compras de petróleo pela Petrobras, esse volume de importações poderá ser um pouco maior - diz.
Castro, por exemplo, estima que o preço médio da tonelada do minério de ferro pelo parâmetro FOB Brasil, deve baixar de US$ 95,00 em 2012 para US$ 93,00 neste ano. Ele acredita que isso deverá ocorrer em função de um quadro macroeconômico caracterizado por três variáveis em 2013. Uma delas é que a China terá um papel neutro, pois deverá crescer 7,5%, um patamar muito próximo do que foi registrado no ano passado.
- No caso dos EUA, o afastamento do risco de mergulhar no abismo fiscal não significa que o país vai ingressar num processo vigoroso de crescimento, mas evitar entrar em recessão e deve apresentar uma expansão ao redor de 2% neste ano A zona do euro deve enfrentar uma situação dura em 2013 e, na melhor das hipóteses, ficará com um resultado nulo de crescimento, para não falar em leve recessão - afirma Castro.