
No início da temporada 2025, Vitinho era o jogador menos badalado do setor ofensivo colorado. Com concorrentes como Wesley, Bruno Tabata, Gabriel Carvalho, Gustavo Prado, Wanderson e até Carbonero, que foi contratado com mais pompa, o ponteiro que veio repassado do Bragantino era o último da fila.
Mas, passado quase todo o Gauchão, é o jogador de 25 anos quem mais se destaca. Seus quatro gols (sendo dois na partida de ida da semifinal do Gauchão) o colocam no topo da lista de artilheiros do time de Roger Machado.
Uma situação que pode até surpreender quem não o conhecia bem, mas era já esperada por quem acompanha sua carreira desde o início.
Começo da carreira no Paraná
Natural de São José dos Campos, São Paulo, Vitinho jogava nos clubes da cidade quando chamou a atenção da Ferroviária, de Araraquara, para onde se mudou quando tinha 15 anos.
Seguiu como destaque e foi observado pelo Athletico-PR. Passou a viver em Curitiba e continuou seu processo de categoria de base no CT do Caju.
Do sub-17 foi praticamente direto ao sub-23, equipe que o Athletico-PR usava para disputar o Estadual, mesmo tendo idade sub-20. Seu técnico nessa época é velho conhecido da torcida colorada.
Lateral-esquerdo da campanha da Copa Sul-Americana de 2008, Marcão foi um dos responsáveis por apresentá-lo ao clube.
— Ele era uma promessa com muito potencial e foi se confirmando. Um extrema rápido, ofensivo, com agilidade na mudança de direção, um jogador difícil de ser marcado. A única coisa ruim era que criava mais situações do que fazia esses gols. Era um cara de assistência. Trabalhávamos para ele aproveitar as chances que produzia — recorda Marcão.
Depois de subir para o profissional do Furacão, Vitinho viveu sua melhor temporada em 2021. Foram 28 jogos com nove gols e quatro assistências.
Repasses de empréstimos
Esses números o levaram ao Dínamo de Kiev, da Ucrânica. No país do leste europeu foram 13 jogos e três gols, mas logo acabou emprestado ao Athletico-PR novamente. Em 2023, teve seu empréstimo repassado ao Bragantino, onde ficou duas temporadas. Em Bragança Paulista, viveu altos e baixos.
— Sua chegada foi saudada como uma grande contratação, de um jogador com experiência internacional, com status para ser titular. O técnico era Pedro Caixinha, que o colocou como titular na maioria das partidas pelo lado esquerdo do ataque, num 4-3-3 — conta o repórter Eberson Martins, da Rádio 102 FM, de Bragança Paulista, que complementa:
— Era ele de um lado e Helinho do outro. Dois jogadores muito velozes. Mas Vitinho não deslanchou como esperávamos. Caixinha justificava sua titularidade pela questão tática, que realmente cumpria bem. Mas não viveu uma fase goleadora.
Foram 89 jogos e 15 participações para gol (sete gols e oito assistências) em Bragança Paulista. A fase do Bragantino também não ajudou, e em 2024 o clube lutou contra o rebaixamento até o final do Brasileirão.
Vitinho foi uma das vítimas da situação e acabou no banco quando Fernando Seabra assumiu o comando. Por conta disso, teve seu empréstimo repassado ao Inter.
— Acho que faltava a ele uma mudança de ares, um novo técnico. Roger está sabendo explorar bem as virtudes, porque ele realmente tem entendimento tático, é bom de vestiário e poderia ajudar — completa Eberson.
Esse repasse de empréstimo é algo que o Inter precisa lidar. O vínculo vai até o meio do ano, e para renovar terá de acertar com o Dínamo. Vitinho declarou publicamente seu desejo de permanência:
— Vim com o propósito de ajudar, espero fazer isso ao máximo. Se tiver oportunidade, quero continuar.
Apoio não falta. Especialmente de Marcão, um símbolo do Inter vencedor:
— Torço muito para que dê sequência na carreira e continue fazendo gols aí. É um menino que tem potencial e tem muito ainda crescer. E o Inter vai vai crescer ainda mais.
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