A inflação do grupo Alimentação representou quase 80% do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) na primeira quadrissemana de junho, de 0,28%, informou nesta quarta-feira a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).
De acordo com a instituição, a alta de 0,95% nos preços desta classe de despesa contribuiu com 78,61%, ou 0,22 ponto porcentual, do IPC.
- A inflação esteve pressionada por causa de Alimentação, com destaque para o comportamento dos preços dos in natura, atípica para esta época. Na média dos últimos dois anos, estes preços estavam em baixa - disse Rafael Costa Lima, coordenador do IPC, em entrevista nesta manhã em que comentou o IPC.
De acordo com o coordenador, as chuvas, também surpreendentes para o período, estão prejudicando as lavouras e interferindo na parte logística da cadeia de distribuição. No subgrupo In Natura, Costa Lima destaca que somente as Frutas (-3,54%) estão com comportamento benigno. "O que destoa é o maracujá (+10,16%)", ponderou. Alface (24,05%) e tomate (18,64%) estão em segundo e terceiro lugar no ranking de aumentos que mais contribuíram para o IPC. Na liderança, aparece Seguro de Veículo (+5,75%).
Cada um desses itens tem um peso diferente dentro da composição do IPC e, assim, o ranking leva em conta tanto a alta como a participação de cada um deles.
- Alimentação é o que está segurando uma desaceleração maior da inflação - definiu Costa Lima, que esperava uma variação de 0,94% para o grupo na primeira apuração do mês, bastante próxima ao resultado efetivo de 0,95%.