Durante o verão, a presença de cães na praia costuma ser constante. Embora muitos deles aparentam estar bem alimentados, passeando entre os veranistas, na realidade, são animais abandonados que recebem cuidados comunitários.
Enquanto alguns são extremamente dóceis, outros agem como verdadeiros donos do pedaço. Por isso, não é surpreendente notar a presença constante de cachorros que circulam à vontade entre a multidão, aproveitando a sombra de guarda-sóis alheios e recebendo mimos e petiscos dos turistas.
Por mais fofos e queridos que sejam, é preciso ter cuidado, pois nem todos os cães criados de forma comunitária são vacinados ou estão livres de parasitas. No entanto, em algumas comunidades litorâneas, moradores se organizaram para vacinar e até microchipar esses animaizinhos.
Existem casos em que o cachorro está tão bem inserido em um local, que conquista facilmente os veranistas. Como é o caso de Napoelão, um cachorro caramelo que não passa por dificuldades graças aos esforços de ONGs locais e pela ajuda extra que recebe da comunidade de Torres, no Litoral Norte.
![Daisy Vivian / Arquivo Pessoal Daisy Vivian / Arquivo Pessoal](https://www.rbsdirect.com.br/filestore/1/4/6/1/4/1/5_97bbc57cf39b995/5141641_1b23a7de4eff5d1.jpg?w=700)
Devido ao seu carisma e simpatia, há relatos de famílias que se predispõem a levar o Napoleão para casa, mas ficam inseguras em relação às consequências, uma vez que o mascote não tem uma, mas várias pessoas comprometidas com seu bem-estar. Mas saiba que é sempre mais seguro um doméstico viver ao lado de uma família do que estar à mercê da boa vontade alheia.
Além disso, ao adotar um bichinho, você abre espaço para que outros possam ser acolhidos pela comunidade. Portanto, se decidir adotar um cãozinho comunitário, confira algumas dicas:
- Informe-se sobre o cão com moradores e comerciantes locais
- Certifique-se de que o animal é amável e receptivo à sua companhia
- Faça um teste antes de levá-lo embora, deixando-o passar a noite na sua moradia de veraneio e observando sua reação no dia seguinte
- Cuidado com pessoas que cobram dinheiro para liberar o animal
- Leve-o ao veterinário para verificar se já foi castrado e se possui microchip
- Na dúvida, vacine-o. É melhor reforçar as vacinas do que correr o risco de não estarem atualizadas
- Informe os protetores do animal sobre seu interesse em adotá-lo. Para eles, pode ser angustiante não saber o que aconteceu com o cão que cuidavam.
Daisy Vivian é diplomada pela UFRGS em Medicina Veterinária e Jornalismo. É autora dos livros "Cães e Gatos Sabem Ajudar Seus Donos" e "Olhe-me nos Olhos e Saiba Quem Você É", histórias reais sobre pessoas e seus animais de estimação.