O Rio de Janeiro é famoso pela informalidade. Até o bar mais chiquetoso recebe clientes pós-praia, de chinelo e roupas leves sem glamour. Isso é refletido na descontração carregada para o local. Embora a cidade concentre locais reconhecidos pela simplicidade, o luxo e elegância acabam de receber um senhor reforço com a chegada do Bagatelle Bistrô ao Jockey Club na Gávea.
A casa anda cheia, então fizemos reserva para poder entrar mais facilmente nessa noite. Logo na entrada, fomos direcionados pela linda hostess para as escadas glamourosas da tribuna de honra.
No andar de cima, a decoração segue imperiosa. Uma temática neo-clássica remete aos nobres salões de festas de palacetes. Colunas gregas, simetrias, lustres de cristais, mesas grandes e cadeiras cheias de ornamento garantem à nova casa carioca a atmosfera luxuosa.
Logo na porta mais uma linda garota nos recebeu e encaminhou à mesa reservada em nosso nome. Nos acomodamos e começamos a noite com couvert composto de manteiga de vinho, pasta de azeitonas, terrine e pão Bagatelle com ervinhas.
Um drink refrescante Cucumber, a base de gin e pepino para prepara o paladar para o que estava por vir.
De onde veio esse, deve ter muito mais - pensei. Quem me conhece sabe que não iria permanecer muito tempo sentada à mesa enquanto tinha um bar todo ali me esperando. Após degustar os pãezinhos e coquetel, nos alojamos ao balcão do head bartender Cabral, com passagens pelo Aprazível e Brasserie des Arts. Ele, como bom barmen, leu nossa mente e preparou o Girl from Lima: pisco, maracujá e limão.
A primeira entrada foi o Tartare de Saumon et Crème Fraîche: salmão picadinho na ponta da faca, ovas peixe, relish de pepino e crème fraîche. Destaque para as texturas dessa entrada e contraste da delicada acidez dos acompanhamentos com a suculência do pescado.
Em seguida, mais um pescado, dessa vez quente. Calamars à la Plancha. Lulas fritinhas com perfeição, tomate confit e bezuntados na manteiga d´hotel. Uma perdição aliada a folha chamada bok-choy. Ela lembra almeirão, azedinha e armaga. O que deu toda complexidade a esse prato.
Embora meu desejo fosse devorar todas as entradas, o Le Foie Gras Burguer recebeu holofotes com louvor. Pequenos fofos brioches, chutney de tomate com esferas de carne perfeita sob o untuoso patê e brotinhos dispostos lindamente numa tábua.
A alquímia que o chef Thiago Maeda, ex- Side, trouxe ao Bagatelle RJ tem delicadeza em harmonia com criatividade e todo requinte que o lugar pede. Terminamos a mastigação da noite com um Gnocchi à la Parisiense de Nicolas. Massa que derretia na boca com cremoso molho de trufas hipnotizante quase nos levaram para outra dimensão.
Na útima garfada do prato, as luzes começaram a piscar. E o garçon-muso (um dos muitos deles) surge com fantasia e música de Super-Homem para entregar a champanhe ao cliente. É tão surreal que não dá pra explicar, só rir e ajudar a compor todo esse show.Pedi ao Cabral minha sobremesa. Um amargo pra fechar a noite. Ele preparou um Boulevardie.
O trago de fim de noite virou o trago de esquenta. Ali mesmo, a festa começou. A energia do lugar pareceu mudar. Todos funcionários - aliás, como trabalha gente linda nesse lugar!” Benzadeus”! – e clientes subiram nas cadeiras, começaram a dançar em uma bagunça gostosa como numa festa entre amigos. Aí, me entreguei a esse show de vez. A foto deixa claro isso, né?
Os “Bagatelles” espalhados pelo mundo como NY, Dubai, St Tropez, SP e LA são badaladíssimos e aposto que essa unidade caminha pelo mesmo andor. Já estou poupando pra voltar por ali. Ainda mais sabendo que o boa-praça chef Maeda trará mais novidades para as terras cariocas e quem sabe, mais uma vez, a honra de sua encantadora companhia.
Uma noite assim não sai o que podemos categorizar como barato. Desembolsa-se algo em torno de R$ 250,00. Mas se pensarmos bem, festa irreverente + bons drinks + comida comovente, a quantia foi muito bem justificada, ainda mais tendo em vista que os notívagos do Rio devem estar carentes disso.
destemperados
A luxuosa festa sensorial do Bagatelle Rio
Destemperados
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