Apolo Beer Café: pra se sentir em casa

Sabe quando você marca de ir na casa de amigos, compra umas coisas legais pra beber e petiscar e fica batendo papo? É mais ou menos a sensação que dá quando você tá no Apolo Beer Café. Dou um doce pra quem adivinhar quais são as duas bebidas que formam a essência da casa, inaugurada em janeiro no Bairro do Recife. ;) A fachada nem chama atenção, mas pode confiar: vale a pena entrar.

Eu, que não curtia nem cerveja nem café até alguns anos atrás (herege) e hoje sou fã desses dois líquidos sagrados, fui correndo lá conhecer já na primeira semana - e celebrar, já que o bar/cafeteria/loja fica a dois minutinhos de onde eu trabalho. Yay!

O nome também dá a pista da localização, né? Se você é recifense, deve ter imaginado que o café fica na Rua do Apolo, pertinho do teatro de mesmo nome. E o cantinho no coração do polo tecnológico da cidade não é acaso: o lugar é obra de três amigos que se conheceram numa das empresas do Porto Digital e resolveram empreender unindo suas duas maiores paixões.

Como resultado, cervejas artesanais, importadas e nacionais se misturam a cafés Santo Grão e Yaguara e a uma clientela que nitidamente se sente em casa por lá. E como não ficar à vontade quando a primeira coisa que você vê é essa garrafa gigante de Vedett na parede?

O ambiente é bem simples, mas aconchegante. Faz muito mais meu tipo do que as redes de cafeterias que têm se espalhado pela cidade como Gremlins. São mesas e cadeiras de madeira, um sofá (coberto com uma manta da Duvel, é claro) e duas poltronas. Tudo isso rodeado por paredes cheias de pôsteres e quadros que remetem a – txarans – cerveja.

Na minha última visita, pedi uma quiche lorraine (nada de outro mundo, mas gostosa) e um brownie com nozes (bem molhadinho, curti).

Pra acompanhar, escolhi não um, mas dois cafés diferentes - tudo em nome do jornalismo investigativo, é claro. O primeiro foi o Cold Brew Latte, café com leite e gelo, que não deixou marcas no meu coração. Acho que devia ter pedido o Cold Brew Toffee, que vem com caramelo, mas fica pra próxima.

Depois dele, escolhi o que leva o nome da casa. O Apolo Beer Café vem todo lindinho em camadas, na ordem syrup-leite-espresso-crema do leite, e chega dá pena de mexer. Doce sem ser enjoado, esse sim me conquistou.

Outra opção mais diferente é o Cappuccino Apolo que mistura chocolate, Ovomaltine, espresso, leite vaporizado e creme de leite. Na minha visita anterior, uma amiga pediu e achou doce demais, mas pode ser uma boa pra quem tá naquela deficiência de glicose que a gente conhece bem. Fora esses, a carta de cafés é bem tradicional, com cappuccino, macchiato, latte, mocca etc.

Por motivos de “tava na hora do almoço e tinha que voltar pra o trabalho”, não pedi nenhuma cerveja, mas não faltou vontade, viu? É difícil resistir com o “cardápio 3D” ali olhando pra você: uma estante cheia de rótulos dos mais diversos tipos, origens e preços, pra levar pra casa ou tomar geladinho na hora.

Mas ainda mais do que as garrafas, o que me chamou atenção desde o primeiro dia foi o atendimento, feito em grande parte pelos próprios sócios que são supersimpáticos e atenciosos e o que é melhor: sacam dos produtos. Dá pra ter quase uma aula de cultura cervejeira enchendo o saco dos caras com perguntinhas sobre as particularidades de cada uma das opções da casa e sobre a vida, o universo e tudo o mais. Dava pra ouvir todo mundo falando de cerva nas mesas. Que coisa linda, né?

Como se não bastasse, até o cardápio é instrutivo. Nele, você encontra sugestões de harmonização pra cada tipo de cerveja, de queijos e salames a chocolate. E pode usar as informações nos dois sentidos: escolhendo a bebida pela harmonização ou vice-versa. Quase um joguinho alcoólico-gastronômico (corações infinitos).

No fim das contas, me controlei usando poderes Jedi na minha própria mente e não trouxe nenhuma cerveja pra casa (dessa vez). Com os cafés e quitutes minha conta deu razoáveis R$ 27.