A atriz Allison Mack, conhecida pela participação na série de televisão Smallville, começou a cumprir a pena de três anos a que foi condenada pelo envolvimento com a seita de escravidão sexual NXIVM. De acordo com a Fox News, a artista chegou à Instituição Correcional Federal em Dublin, na Califórnia, na última segunda-feira (13).
Mack já havia sido presa por conta de seu envolvimento com o grupo, em 2018, junto de outros participantes. Em 2019, ela confessou sua culpa por chantagear mulheres para que realizassem serviços.
A condenação de três anos de prisão ocorreu em junho deste ano. Apontada como uma das principais integrantes da organização criminosa, ela também terá de pagar uma multa de US$ 20 mil (cerca de R$ 105 mil).
O líder do grupo, Keith Raniere, foi condenado a 120 anos de prisão por tráfico sexual e outros crimes. Ao confessar sua culpa, Mack afirmou que desconhecia as verdadeiras intenções dele.
— Eu acreditava que a intenção do Keith Raniere era ajudar pessoas — afirmou — Eu estava errada. Agora percebo que eu e outras pessoas engajamos em condutas criminosas.
A atriz também chegou a pedir desculpas às vítimas em uma carta aberta. "Sinto muito por aqueles de vocês que trouxe para NXIVM. Lamento ter exposto vocês aos esquemas nefastos e emocionalmente abusivos de um homem pervertido. Lamento ter incentivado vocês a usarem seus recursos para participar de algo que no final das contas era tão feio. Não assumo levianamente a responsabilidade que tenho na vida daqueles que amo e sinto um grande peso de culpa por ter abusado de sua confiança, conduzindo-os por um caminho negativo", escreveu ela.
Entenda o caso
A seita da qual Allison Mack fez parte foi descoberta pelo FBI em 2017. Liderada pelo palestrante de autoajuda Keith Raniere, preso em 2018, a organização recrutava mulheres para depois transformá-las em escravas sexuais. O esquema funcionava por trás da falsa empresa de cursos e palestras motivacionais NXIVM.
Segundo as autoridades, a NXIVM na verdade era uma organização de fachada que arrecadava milhares de dólares por meio de uma pseudofilosofia que prometia ajudar as pessoas a alcançarem o sucesso. O lado obscuro era a irmandade secreta chamada DOS ("Dominus Obsequious Sororium", "Mestre das Irmãs Escravas" em tradução livre), que escravizava sexualmente suas integrantes.
De acordo com o relatório do FBI, uma vez recrutadas, as vítimas eram obrigadas a realizar tarefas domésticas para os "mestres" e ter relações sexuais com Raniere, conhecido no grupo por "The Vanguard". As mulheres também tinham que seguir uma dieta extrema (500 a 800 calorias diárias) para que permanecessem magras, além de serem marcadas a ferro quente com as inicias de Raniere e de Mack na região da virilha.