
Irmãos de sangue e de afinada parceria musical, Kleiton e Kledir Ramil habituaram-se a estampar capas do 2º Caderno de Zero Hora desde 1975, época em que a dupla começou a desbravar o Brasil integrando Os Almôndegas. A primeira capa só deles é do dia 1º de janeiro de 1980 e destacava o sucesso nacional que faziam com seu primeiro disco, lançado naquele ano. Tocando sem parar nas rádios, a canção de Kleiton e Kledir Vira Virou inspirou o espetáculo homônimo do MPB4, que percorria o país levando os gaúchos como convidados e abrindo a eles espaço para mostrarem outros hits, como Maria Fumaça. E, alertava a reportagem, o Fantástico exibiria no dia seguinte o videoclipe de Viração.
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Essas e outras canções e histórias Kleiton e Kledir devem relembrar no próximo dia 30, às 19h30min, no Teatro do Centro Histórico-Cultural Santa Casa. Os guris de Pelotas são os convidados do Ao Pé da Letra ZH, bate-papo musical com mediação da colunista e editora de ZH Cláudia Laitano que integra as comemorações de 50 anos do 2º Caderno, a serem completados em 1º de novembro.
- Foram momentos especiais na nossa carreira. O MPB4 transformou Vira Virou em um enorme sucesso. Eles nos levaram em turnê por todo o Brasil. Foram os nossos padrinhos, e ficou para sempre uma grande amizade. A partir disso, montamos o primeiro show de K&K - diz Kledir.
Esse show de estreia da dupla, chamado Maria Fumaça, também foi capa do suplemento cultural de ZH - que passou a se chamar 2º Caderno em 1980 - no dia 29 de agosto de 1981, quando os irmãos retornaram para seus primeiros espetáculos no Rio Grande do Sul como astros da MPB. Foram duas concorridas noites no Ginásio do União, ocasião em que apresentaram como convidado o irmão caçula, Vitor Ramil.
- Ser capa do 2º Caderno é o maior reconhecimento para um artista do Sul - avalia Kledir. - Tenho muito orgulho dessa nossa longa trajetória que a Zero Hora vem acompanhando e registrando com destaque.
Ao longo de 40 anos, Kleiton e Kledir ocuparam o espaço mais nobre do 2º Caderno com discos, shows e projetos especiais. Uma dessas capas foi curiosa: em 20 de novembro de 1981, a reportagem trazia a polêmica despertada pelo vereador da Capital Rubem Thomé, que sugeria a proibição da música Trova, do segundo LP, por trazer "expressões grosseiras", como bunda-mole.
- O vereador fez uma leitura equivocada da letra, não sei se intencional ou não. O entendimento correto de uma canção que levou para as rádios de todo o Brasil a mais profunda tradição gaúcha foi feito por Ricardo Cravo Albin, uma autoridade no assunto - diz Kledir.
Para a apresentação do dia 30, Kledir antecipa que ele e Kleiton seguirão o modelo "storytellers", que tem como característica o clima de bate-papo musical. Devem marcar presença clássicos e, quem sabe, faixas do mais recente disco, Com Todas as Letras, que, aliás, foi capa no dia 13 de maio passado - e depois, com essa de hoje, já figuraram em mais três:
- A ideia é apresentar um panorama da nossa carreira, com uma boa dose de improviso.
Saiba como participar
Ao Pé da Letra ZH com Kleiton e Kledir, promoção do 2º Caderno com apoio do Clube do Assinante, será no dia 30 de outubro, às 19h30min, no Teatro do Centro Histórico-Cultural Santa Casa (Avenida Independência, 75), em Porto Alegre.
A entrada é franca, mediante inscrição. Basta acessar o link zhora.co/kleitonekledir e preencher o cadastro.
Os primeiros 30 sócios do Clube do Assinante inscritos terão a vantagem de levar um acompanhante e assistir a tudo da primeira fila.