
Gutto Xibatada, cantor paraense de forró, morreu aos 39 anos de idade na última terça-feira (22) devido a complicações provocadas pelo vírus monkeypox (mpox), doença conhecida como varíola dos macacos.
Segundo informações da Secretaria Municipal de Saúde de Belém (PA), o diagnóstico da condição foi realizado em março. O órgão aponta que o cantor foi mantido em isolamento e, posteriormente, recebeu alta hospitalar e encaminhamento para ser tratado em uma unidade de referência.
Contudo, no dia 22, ele teria voltado a um pronto-socorro por conta de uma piora em seu estado de saúde relacionada à "evolução de comorbidades pré-existentes e infecções oportunistas". Gutto Xibatada teria morrido cerca de oito horas depois de chegar ao hospital.
A secretaria informa que monitorou pessoas que tiveram contato direto com o cantor, mas todos foram liberados depois de não terem apresentado sintomas.
"As causas da morte seguem sob investigação da Vigilância Epidemiológica de Belém", diz a nota compartilhada pela pasta.
Irmã falou sobre o caso
A irmã de Gutto Xibatada, Mariusha Dias, usou as redes sociais do cantor para falar sobre o caso. De acordo com a familiar, o artista paraense teria contraído o vírus durante a virada do ano e passado pelo agravamento da condição há cerca de 30 dias. Ele teria pedido para manter a doença em segredo.
— Na primeira vez que ele foi para o pronto-socorro, a médica deu encaminhamento em casa devido a ele ter esse histórico de, há muito tempo, ser asmático. Esse vírus foi se manifestando em diversos lugares. Atacou os pulmões. Meu irmão ficou sem fala, sem visão, sem toque, tato. No último dia, ele passou a madrugada inteira ruim, obstruiu o nariz inteiro, a boca. Meu irmão sofreu muito — declarou a irmã, em vídeo.
Agravamento da condição
Em seguida, ela relatou que a piora de Gutto aconteceu entre os dias 21 e 22:
— Ele teve um agravamento muito forte. Eu liguei para o Samu, que o levou de ambulância para o pronto-socorro. (...). Deu entrada no hospital às 9h30min da manhã. No horário das visitas, às 16h, minha mãe foi fazer a visita. Ele fez a tomografia e deu entrada no CTI. Ele estava convulsionando.
A irmã ainda declarou que houve falta de assistência médica, o que teria influenciado o quadro.
— Devia ficar alguém assistindo direto, e não ficava. Foi um sofrimento muito grande. No mesmo dia que deu entrada no hospital, às 17h, veio a óbito. Foi muito rápido, uma situação muito delicada. E meu irmão não queria em nenhum momento se expor — concluiu.
A família irá realizar uma missa neste domingo (27) em memória do cantor na Basílica de Nazaré, em Belém. A data também marca o que seria o aniversário de 40 anos do artista.
Quem foi Gutto Xibatada
Gutto Xibatada foi um cantor de forró, compositor e ator. Conforme a revista Quem, foi por volta dos 20 anos que ele começou na música, após iniciar carreira artística como dançarino de toadas em grupos folclóricos. No YouTube, onde compartilhava seus trabalhos musicais, ele se definia como um artista multifacetado.
O que diz a Secretaria de Saúde de Belém (PA)
"A Secretaria Municipal de Saúde de Belém informa que um paciente com diagnóstico confirmado de Mpox (monkeypox) foi atendido, no mês de março, no Hospital Pronto Socorro Municipal Mário Pinotti, onde recebeu assistência médica especializada e foi mantido em isolamento. Após melhora clínica, o paciente recebeu alta hospitalar com orientações e encaminhamento para o seguimento do tratamento em unidade de referência.
Posteriormente, em 22 de abril, o paciente foi readmitido no Pronto-Socorro Municipal com agravamento do estado de saúde, relacionado à evolução de comorbidades pré-existentes e infecções oportunistas. A médica infectologista responsável pelo atendimento determinou o imediato encaminhamento do paciente para um leito de isolamento no Centro de Terapia Intensiva (CTI) do HPSM da 14 de março. Novamente foram adotadas todas as medidas clínicas e de isolamento recomendadas, porém, apesar da assistência prestada, o paciente morreu 8 horas após dar entrada no HPSM dia 14 de março. As causas da morte seguem sob investigação da Vigilância Epidemiológica de Belém.
A Sesma informa, ainda, que acompanhou todas as pessoas indicadas pelo paciente como tendo tido contato com ele. Esses contatos foram monitorados durante o período estabelecido pelos protocolos de saúde e, ao final do prazo, foram liberados, uma vez que não apresentaram sintomas.
A Sesma reforça que todas as condutas adotadas seguiram os protocolos técnicos do Ministério da Saúde, com o compromisso de garantir o cuidado integral, a ética e a dignidade no atendimento."