Na noite deste sábado (18), cerca de 10 mil pessoas se reuniram no Largo do Baronda, em Capão da Canoa, no Litoral Norte, para a primeira edição itinerante do evento O Grande Encontro. O espetáculo contou com a apresentação gratuita de 15 artistas nativistas e marcou o início de uma série de edições do projeto em outras regiões do Estado.
Idealizado há 10 anos pelo produtor musical Ayrton dos Anjos, o Patineti, que faleceu em 2024, O Grande Encontro já tem seu lugar marcado no calendário de grandes eventos da Capital. Todo ano, sempre no mês de novembro, o festival reúne mais de 50 artistas da música regionalista para espetáculo no Auditório Araújo Vianna.
Agora, após a estreia em Capão da Canoa, O Grande Encontro deve passar ainda por Santa Maria, Caxias do Sul, São Miguel das Missões, Uruguaiana, Passo Fundo e Pelotas.
"Um grande sucesso"
O show que marcou o início desta nova fase contou com 15 nomes ligados ao nativismo. Entre as atrações estiveram artistas como Neto Fagundes, Elton Saldanha, Shana Müller, Joca Martins, Luiza Barbosa, Pirisca Grecco, César Oliveira & Rogério Melo, Érlon Péricles e Ernesto Fagundes.
Os artistas fizeram números individuais e em parceria. Ao fim do espetáculo, todos entoaram a canção Eu Sou do Sul, uma das mais emblemáticas do cancioneiro gaúcho.
A apresentação foi gratuita, assim como deve ocorrer nas demais cidades, e agradou veranistas de diferentes gerações em Capão da Canoa. É o que afirma o produtor Caetano dos Anjos, filho de Patineti que dá continuidade ao projeto idealizado pelo pai.
— A música nativista passa por um processo de evolução, com a entrada de muitos artistas jovens e cada vez mais espaço para as mulheres. Nós acreditamos muito nessa mistura de gerações, e quando uma cidade como Capão da Canoa, cheia de gurizada, cheia de famílias aproveitando as férias, abraça o projeto da forma como abraçou, sentimos que estamos no caminho certo — diz o filho de Patineti.
Conforme Caetano, o principal objetivo d'O Grande Encontro é difundir e valorizar a música regionalista gaúcha. Por isso, a região escolhida para inaugurar a temporada itinerante do projeto foi o Litoral Norte, quebrando o paradigma de que o nativismo combina somente com o Interior.
No entendimento do produtor, a estreia em Capão da Canoa não poderia ter sido melhor:
— Acredito que foi um presente para a cidade. Conseguimos alinhar todos os astros para oferecer um evento de luxo, com excelência tanto na parte técnica, com estrutura, segurança e organização, quanto na entrega dos artistas. O saldo foi de um grande sucesso.
As apresentações nas demais cidades devem ocorrer ao longo dos próximos meses, culminando no grande evento de novembro, realizado na Capital. O filho de Patineti lembra que levar O Grande Encontro a outras regiões do Estado era um sonho antigo do pai, figura de importância ímpar para a música do Rio Grande do Sul.
— Ainda é bastante delicado para mim (a perda do pai), mas cada passo que damos com o projeto, sinto que recebemos uma bênção dele — afirma Caetano. — Meu pai era muito querido por todos nesse meio, e isso a gente vê nas falas dos artistas, nas homenagens que muitos deles fazem no palco. Não podíamos deixar isso se perder. Com respeito e humildade, estamos tentando dar continuidade ao que foi iniciado por ele, que é insubstituível — detalha.