
Toda semana, um jornalista do Grupo RBS irá compartilhar na seção O que Estou Lendo a sua paixão por livros por meio de dicas do que estão lendo no momento.
E se tivéssemos a chance de repensar os espaços que ocupamos nas cidades? É a partir de Se a Cidade Fosse Nossa que a escritora brasileira Joice Berth nos convida para refletir sobre as hostilidades que vivenciamos nos centros urbanos no dia a dia.
Para iniciar este debate, passamos por pontos como colonização, recortes de gênero, classe e raça. Temáticas cada vez mais pertinentes, seja por questões ambientais ou divisões políticas.
Assista ao vídeo:
A obra, de 288 páginas, apresenta as origens dos racismos, falocentrismos e opressões. Com isso, ela nos questiona: e se a cidade fosse negra? Por que as pessoas negras estão às margens das áreas urbanas? Causa e consequência de todo o processo histórico e violento do Brasil.
O território urbano é feito de manifestações e de ideias, que podem mudar no decorrer dos processos históricos, mas possuem efeito cumulativo, especialmente se considerarmos suas consequências no tempo
JOICE BERTH
Em "Se a Cidade Fosse Nossa"
Uma violência que se estende para outros grupos vulneráveis, como mulheres. Sabe-se, silenciosamente, sobre a existência de um pacto social que ensina as pessoas do gênero feminino quais são os lugares e horários que este grupo pode circular nas cidades. Essa opressão deixa evidente que não somos livres para exercer a cidadania à qual todos(as) temos direito, conforme a Constituição.
Por isso, este livro de Berth tem ainda mais impacto e relevância.

"Se a Cidade Fosse Nossa", de Joice Berth
- Editora Paz & Terra, 288 páginas, R$ 79,90 (livro impresso) e R$ 34,90 (e-book)