
Uma semana dedicada à dança começou neste domingo (29) em Porto Alegre. Até o próximo sábado (5), a 17ª edição do festival Sul em Dança ocupa o palco do Teatro do Sesi com mostras competitivas entre grupos de diferentes regiões do Estado.
No final da tarde, o hall de entrada do teatro já estava repleto de participantes que conversavam e revisavam coreografias. Para a abertura, às 18h, a organização abriu mão de convidar um grande destaque nacional, como costuma ocorrer, para dar espaço ao jovem dançarino Miguel da Silva, de apenas nove anos. Além de ser um prodígio, pré-selecionado para a Escola do Teatro Bolshoi, Miguel é irmão de Emily da Silva, que atualmente cursa o bacharelado em dança na School of Performing Arts na Girne American University, no Chipre. Todo o cachê foi repassado a Emily, que participa do Sul em Dança desde os seis anos de idade.
— Troquei a abertura com uma atração conhecida do público pelo apoio a um talento que cresceu no festival — explica Margit Kolling, diretora do festival.
Em um vídeo, rodado no telão do teatro, Emily agradeceu:
— Eu, bailarina negra da periferia de Porto Alegre, estou aqui hoje graças ao retorno social.
Além de Miguel, a abertura contou com apresentação de 13 destaques especiais selecionados do festival do ano passado. No programa, estavam escolas de Alegrete, Bagé, Porto Alegre, São Leopoldo e Sapucaia do Sul. A noite foi encerrada com a mostra competitiva de danças urbanas.

Os concursos seguem diariamente até sábado, sempre a partir das 17h, com ingressos a R$ 50, com exceção da terça-feira, em que os ingressos custam R$ 40 (noite dedicada à dança estudantil e projetos sociais). São maratonas que dificilmente acabam antes das 23h — a cada dia, apresentam-se de 500 a mil dançarinos, solos ou em grupo.
— O palco que montamos para a Ana Botafogo, por exemplo, que já esteve aqui em edições anteriores, é o mesmo que montamos para um projeto social. Há crianças que vêm de realidades muito desafiadoras. Elas chegam aqui na maior adrenalina, super emocionadas. São poucos as escolas que conseguem dançar aqui. O Sul em Dança oportuniza isso – afirma Margit.