Os vencedores da competição de curtas-metragens nacionais do 51º Festival de Cinema de Gramado foram anunciados na noite desta sexta-feira (18) no Palácio dos Festivais. O melhor filme foi Remendo, produção realizada em Vila Velha, no Espírito Santo, com direção de Roger Ghil e elenco majoritariamente negro.
Embora por vezes faça jus ao título, parecendo uma colagem de momentos desconexos, a produção tem uma notável inventividade visual e formal. Ou seja, também vai ao encontro do discurso de Roger Ghil, que, nas conversas durante o evento, falou sobre a necessidade de romper com a reencenação do trauma colonial e de construir novas narrativas. Para o diretor, a ancestralidade vai ser sempre resposta para os perigos da modernidade.
— Quero agradecer a Exu, às minhas mães, a todos vocês (os demais premiados) e a mim — disse Ghil no palco do Palácio dos Festivais.
O Festival de Gramado também consagrou curtas da região norte do país. O simpático Ela Mora Logo Ali, feito em Rondônia por Fabiano Barros e Rafael Rogante, ganhou três Kikitos: Melhor Roteiro, Melhor Atriz (Agrael de Jesus, uma estrela em Gramado) e o Troféu do Júri Popular. Mãri Hi: A Árvore do Sonho, rodado em Roraima pelo indígena yanomami Morzaniel Iramari, venceu a categoria de Fotografia e o Prêmio Especial do Júri.
O público presente no Palácio dos Festivais ainda acompanhou a entrega do Troféu Oscarito à atriz Laura Cardoso, do Troféu Eduardo Abelin à produtora Lucy Barreto e do Kikito de Cristal à atriz Alice Braga.
Os curtas premiados em Gramado
- Melhor Curta: Remendo (ES), de Roger Ghil
- Melhor Desenho de som: Kiko Ferraz, de Sabão Líquido (RS);
- Melhor Trilha Musical: Mano Teko e AquaHertz, de Yâmi Yah-Pá: Fim da Noite (RJ);
- Melhor Direção de Arte: Felipe Spooka e Jacksciene Guedes, de Casa de Bonecas (MA);
- Melhor Montagem: Luiza Garcia, de Camaco (MG);
- Melhor Fotografia: Morzaniel Iramari, por Mãri Hi: A Árvore do Sonho (RR)
- Melhor Roteiro: Fabiano Barros e Rafael Rogante, por Ela Mora Logo Ali (RO)
- Melhor Ator: Phillipe Coutinho, de Sabão Líquido (RS)
- Melhor Atriz: Agrael de Jesus, de Ela Mora Logo Ali (RO)
- Prêmio Especial do Júri: Mãri Hi: A Árvore do Sonho (RR), de Morzaniel Iramari
- Menção Honrosa: Cama Vazia (SP), de Fábio Rogério e Jean-Claude Bernadet
- Prêmio da Crítica: Camaco (MG), de Breno Alvarenga
- Prêmio do Júri Popular: Ela Mora Logo Ali (RO)
- Direção: Mariana Jaspe, de Deixa (RJ)