Hollywood é uma máquina de produzir filmes. Estima-se que a indústria norte-americana, em anos normais — ou seja, sem pandemia —, lance cerca de 600 longas-metragens. E, para suprir esta quantidade gigantesca de títulos, os produtores encontram inspiração no passado, trazendo de volta sucessos de audiência ou de crítica de outrora, reembalando e entregando novamente para o público. São os chamados remakes — ou refilmagens.
Em alguns casos, porém, a nova versão acaba sendo tão aclamada e conquistando fama que supera o seu antecessor, fazendo com que o título caia no esquecimento e que não seja lembrado como a obra original que possibilitou que o remake chegasse aos cinemas. Nesta quinta-feira (9), por exemplo, Amor, Sublime Amor, de Steven Spielberg, estreia no Brasil e vem conquistando a crítica, o público e, possivelmente, os votantes do Oscar, sendo um dos fortes candidatos ao prêmio de 2022. O musical, por sua vez, é uma refilmagem do filme de 1961, que chegou a ser agraciado pela Academia com 10 estatuetas, incluindo a principal.
Pensando neste remake que tem tudo para ser um sucesso junto ao público, GZH separou 10 títulos que são refilmagens, mas que as suas versões originais não são tão populares.
Confira, abaixo, filmes que fizeram sucesso e que são remakes:
Scarface (1983)
Esse clássico estrelado por Al Pacino, dirigido por Brian De Palma e escrito por Oliver Stone é, na verdade, uma refilmagem de Scarface: A Vergonha de uma Nação, de 1932, que foi comandado por Howard Hawks. Vale destacar que a segunda versão teve quase o dobro do tempo de duração do filme original (2h50min contra 1h33min). Um novo remake está sendo cogitado há anos pela Universal e chegou a ter Diego Luna escalado como protagonista, mas o ator acabou se desligando do projeto. Com diversos atrasos, não se sabe quando o filme será lançado.
Dragão Vermelho (2002)
Dirigido por Michael Mann, Caçador de Assassinos é um filme de 1986 e é o primeiro em que Hannibal Lecter aparece. Nele, o médico canibal é bem coadjuvante e foi interpretado por Brian Cox. O personagem ganharia mais fama na pele de Anthony Hopkins, no clássico O Silêncio dos Inocentes, de 1991. O remake de Caçador de Assassinos, no entanto, só veio em 2002, com Dragão Vermelho, novamente estrelado por Hopkins, mas com a companhia dos atores Edward Norton e Ralph Fiennes.
A Herança de Mr. Deeds (2002)
Quem nunca assistiu A Herança de Mr. Deeds, não é mesmo? A popular comédia estrelada por Adam Sandler é, na verdade, um remake de O Galante Mr. Deeds, de 1936, que teve direção de Frank Capra e Gary Cooper como protagonista. A primeira versão chegou a render um Oscar de Melhor Diretor para Capra, já a segunda… Bom, passou muitas vezes na Sessão da Tarde!
A Lagoa Azul (1980)
Provavelmente, um dos filmes mais populares da história e que preencheu muitas — muitas, mesmo — tardes da televisão aberta brasileira é, na verdade, um remake. Estrelado por Brooke Shields, o clássico dos anos 1980 é uma refilmagem de A Lagoa Azul de 1949, que teve Jean Simmons como protagonista. A versão mais recente de A Lagoa Azul ainda ganhou uma continuação em 1991, chamado De Volta à Lagoa Azul e que teve Milla Jovovich no elenco.
Onze Homens e um Segredo (2001)
Onze Homens e um Segredo, dirigido por Steven Soderbergh e com George Clooney, Brad Pitt, Matt Damon e Julia Roberts no elenco, é uma refilmagem de um longa homônimo de 1960. A versão original foi estrelada por Frank Sinatra e Dean Martin. A produção de 2001 fez tanto sucesso que virou uma franquia, ganhando mais dois capítulos, desta vez, com mais homens no título: doze e treze, respectivamente. Em 2018, ainda, saiu uma versão com um elenco feminino liderado por Sandra Bullock, Oito Mulheres e um Segredo.
O Professor Aloprado (1996)
Um dos filmes mais populares de Eddie Murphy nos anos 1990, O Professor Aloprado teve a sua primeira versão lançada em 1963. Nela, o saudoso comediante Jerry Lewis atuou como protagonista, roteirista e diretor. O remake com Murphy, apesar de ter sido detonado pela crítica, ainda ganhou uma continuação, em 2000 — mas também não foi bem com os especialistas em cinema.
Dr. Dolittle (1998)
Outra comédia muito popular de Eddie Murphy dos anos 1990. Outro remake. O Fabuloso Dr. Dolittle, o filme original, é do ano de 1967 e foi estrelado por Rex Harrison e acabou levando dois Oscar para casa, um de Melhores Efeitos Especiais e outro de Melhor Música Original. A versão de Murphy, apesar de cair no gosto do grande público, não foi bem de crítica, mas, mesmo assim, rendeu uma continuação com o protagonista e, depois, virou franquia de telefilmes. Em 2020, saiu um novo remake, dessa vez com Robert Downey Jr. como o cara que bate papo com os animais, mas, novamente, foi um fracasso de avaliações.
Os Infiltrados (2006)
Os Infiltrados foi o responsável por dar o primeiro e — inacreditavelmente — único Oscar ao diretor Martin Scorsese. E, mesmo com um currículo recheado de obras originais aclamadas, foi um remake que consagrou o cineasta perante a Academia. Os Infiltrados é a versão norte-americana de Conflitos Internos, thriller chinês de 2002 e estrelado por Andy Lau e Tony Leung. Vale lembrar que o longa estrelado por Leonardo DiCaprio ainda venceu a estatueta de melhor filme de 2006.
Cidade dos Anjos (1998)
Responsável por litros e mais litros de lágrimas, Cidade dos Anjos, estrelado por Nicolas Cage e Meg Ryan, é um remake do elogiado filme alemão Asas do Desejo, de 1987. Dirigido por Wim Wenders e estrelado por Bruno Ganz, o longa original tem uma pegada bem mais filosófica do que a sua refilmagem, sendo considerado um clássico cult, apesar de não ter a popularidade de sua versão norte-americana.
A Identidade Bourne (2002)
Vivido por Matt Damon, Jason Bourne é um dos principais personagens de filmes de ação do século e as cenas de luta da franquia dele, mais brutais e realistas, foram copiadas por diversas produções que vieram na sequência. No entanto, a apresentação do herói para os espectadores não foi em 2002, com A Identidade Bourne, mas, sim, em 1988, com uma minissérie homônima. A produção estrelada por Richard Chamberlain, que foi feita para a televisão, tinha 3h05min de duração e foi dividida em duas partes, exibidas em duas noites pela ABC.